SÃO PAULO (Reuters) – A construtora MRV&Co suspendeu os planos para um processo de financiamento da Resia, sua subsidiária nos Estados Unidos, via entrada de um investidor, devido a condições de mercado, disse a empresa na noite de quinta-feira.

O processo será retomado no futuro em um cenário macroeconômico mais favorável, afirmou a construtora em comunicado.

A Resia, antiga AHS, constrói, aluga e revende complexos de apartamentos nos EUA. A empresa foi fundada em 2012 e adquirida pela MRV em 2019.

Mais cedo neste ano, a MRV disse que contratou BTG Pactual e Bank of America para assessorar o processo de capitalização da Resia, com eventual entrada de novo sócio, para expansão dos negócios da unidade.

O diretor financeiro da MRV, Ricardo Paixão Rodrigues, em entrevista à Reuters em maio, preferiu não revelar o montante de investimento desejado e a participação acionária que a MRV ofereceria.

O mercado norte-americano de ações vem encontrando dificuldade nos últimos meses, uma vez que a alta dos juros para controlar a inflação levou a temores de recessão econômica. O S&P 500 acumula queda de 21,4% neste ano.

Apesar da suspensão do processo de busca por um investidor, a MRV destacou na quinta-feira que a Resia vem ajudando nos resultados do grupo, com crescimento da demanda por imóveis para locação no EUA, especialmente na região conhecida como ‘Sun Belt’, diante justamente da alta de juros e pressão inflacionária. O cenário elevou as margens do negócio, disse.

No primeiro semestre de 2022, o lucro líquido da Resia atingiu 62,72 milhões de dólares, quase o mesmo nível observado em todo o ano de 2021, disse a MRV, abrindo espaço para execução de um plano de elevação gradual das unidades construídas e vendidas até atingir 12.000 por ano em 2030.

“O resultado líquido da Resia continuará ganhando representatividade nos resultados da MRV&Co”, disse a construtora.

A MRV estima lucro líquido acumulado para Resia entre os anos de 2022 e 2024 de 273 milhões de dólares, saltando para 2,8 bilhões de dólares no acumulado entre 2028 e 2030.

(Por Gabriel Araujo e André Romani)

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