SÃO PAULO (Reuters) – Os lançamentos de imóveis residenciais no Brasil no 3º trimestre subiram 7% sobre o segundo e 13,6% na comparação com o período de julho a setembro de 2020, mas as vendas recuaram em ambas as comparações, com o setor manifestando preocupação com o aumento de custos de materiais de construção e queda no poder de compra da população com encarecimento dos financiamentos.

Segundo números divulgados nesta segunda-feira pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), os dados no acumulado do ano, porém, indicam que 2021 deve fechar como o ano de maior venda e lançamentos da história do setor. Os lançamentos de 171 mil unidades nos nove primeiros meses do ano representam uma alta de 37,6% sobre um ano antes, enquanto as vendas de 78,5 bilhões de reais na métrica VGV representam um crescimento de 33,8% na mesma comparação.

“Esse ano vamos fechar com contratação de 350 mil, 400 mil novos empregos porque vendemos muito bem nos últimos meses, e já tínhamos aumentado 10% no ano passado. Mas o emprego de amanhã precisa da venda de hoje, e ela caiu”, disse o presidente da Cbic, José Carlos Martins, em entrevista a jornalistas.

Ele se referiu às quedas de vendas de 11,2% no terceiro trimestre sobre os três meses imediatamente anteriores e de 9,5%na comparação com o período de julho a setembro de 2020.

A entidade afirmou que registrou no terceiro trimestre uma “inflexão nas vendas”, motivada principalmente por um aumento dos custos de produção que não foi acompanhado por ajustes nos limites máximos de preços do programa governamental Casa Verde Amarela, que até então representava a maior parte das vendas de unidades do país.

Segundo a Cbic, os ajustes recentemente implantados no programa federal vão ter efeito a partir do quarto trimestre. A entidade também informou que a inflação dos materiais de construção medido pelo INCC “indica que teremos aumentos de preços (de imóveis) nos próximos trimestres”.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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