Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai iniciar na próxima semana uma inspeção para verificar as boas práticas de fabricação da produção da vacina Sputnik V contra Covid-19 na Rússia.

O anúncio ocorre após dias de pressão de governadores para que o órgão regulador brasileiro autorize a importação de milhões de doses do imunizante russo no enfrentamento ao pior momento da pandemia no país.

De acordo com o comunicado da Anvisa, a missão tem como objetivo levantar dados a respeito da produção da vacina “para a avaliação do uso emergencial como para o processo de importação excepcional para o Brasil”.

A inspeção vai acontecer em duas fábricas diferentes. A primeira ocorre dos dias 15 a 21 de abril com três servidores da Anvisa na fábrica responsável pela produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e da vacina finalizada.

A segunda inspeção deve acontecer de 19 a 23 de abril na empresa responsável pelas etapas finais de envase e embalagem, segundo o comunicado.

“A data ainda será confirmada com o laboratório na Rússia. Esta segunda inspeção será feita por uma outra equipe com dois servidores da Anvisa”, informou.

Nos últimos dias, a agência tenta obter, por exemplo, informações sobre efeitos adversos em países que utilizam a vacina, comprovar que o produto atende a padrões de qualidade, eficácia e segurança estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de dar o seu aval para o imunizante.

Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a respeito do uso da vacina Sputnik V. Governo federal e governadores da região Nordeste querem garantir a liberação do imunizante russo para tentar acelerar a vacinação contra Covid-19 no país.

A Anvisa será um dos primeiros órgãos reguladores a realizar inspeções em instalações que produzem a Sputnik V.

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEH381DK-BASEIMAGE