SÃO PAULO (Reuters) -A produção brasileira de aço bruto em 2022 deve subir 2,2% em relação ao ano passado, para 36,97 milhões de toneladas, afirmou nesta terça-feira a entidade que representa as empresas do setor, Aço Brasil.

A instituição previu também alta de 2,5% nas vendas internas de aço em 2022, para 23 milhões de toneladas; e avanço de 1,5% no consumo aparente da liga no país, a 26,88 milhões de toneladas, segundo dados de apresentação a jornalistas.

Em março, a produção brasileira de aço bruto somou 2,946 milhões de toneladas, aumento de 4,9% sobre um ano antes. Mas o consumo aparente do produto caiu 14,2%, a 2,079 milhões de toneladas.

Segundo o presidente da Aço Brasil, Marco Polo Lopes, um dos desdobramentos do conflito Rússia-Ucrânia foi a intensificação da guerra comercial ao redor do mundo para países produtores defenderem seus mercados, com medidas incluindo salvaguardas, subsídios e elevação de tarifas.

No fim de 2021, o mercado produtor já tinha um excesso de capacidade de 518 milhões de toneladas.

Lopes disse ser normal que países eventualmente facilitem a importação de produtos como forma de equilibrar preços. E o aço tem sido uma das commodities globais que mais subiram nos últimos meses, inflacionando custos de várias indústrias.

“Mas o Brasil não pode ser o destinatário do desvio do comércio de outros países”, disse Lopes.

O executivo também rejeitou a classificação do aço como um dos principais vilões da inflação brasileira, que tem estado acima de dois dígitos ao ano desde 2021, muito acima da meta oficial.

Segundo a entidade que ele preside, a contribuição do aço no Índice de Preço ao Atacado (IPA) da FGVs é baixa. Em 12 meses até março, considerando o IPA total de 17,6%, a participação do vergalhão foi de 0,013 ponto percentual e da bobina a quente de 0,103 ponto.

“O aço não pode ser responsabilizado pela inflação”, afirmou Lopes.

(Por Aluísio Alves, edicao Alberto Alerigi Jr.)

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