Os europeus concluíram nesta segunda-feira a criação de um fundo de emergência para a zona euro por um valor histórico de 440 bilhões de euros, enquanto tentam fortalecer sua disciplina orçamentária e recuperar a confiança dos mercados.

Os ministros das Finanças da zona euro, reunidos em Luxemburgo, firmaram os documentos que criam oficialmente o mecanismo de apoio aos países da moeda única que enfrentam graves dificuldades financeiras.

Este “veículo especial”, que deve durar três anos e que estará sediado em Luxemburgo, prevê 440 bilhões de euros em garantias de empréstimos para os Estados que, como a Grécia, fiquem incapacitados de obter dinheiro nos mercados financeiros.

Com a implementação do mecanismo, os ministros esperam tranquilizar o mundo em relação à capacidade da zona euro para enfrentar a atual crise.

Os ministros das Finanças da UE também concordaram com propostas concretas para endurecer a disciplina orçamentária, criando novas sanções contra os países muito endividados e exigindo que seus orçamentos nacionais sejam previamente analisados pela UE.

“Vamos melhorar o Pacto (da estabilidade europeia) criando mais sanções que se apliquem antes” das crises, disse o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, ao final do encontro em Luxemburgo.

O acordo prevê a imposição de sanções – mesmo que o límite atual de 3% do PIB não tenha sido superado – caso um país não considere as advertências da UE e deixe sua dívida disparar.

O diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, presente em Luxemburgo, festejou a reação europeia “forte, potente e organizada”, e disse esperar agora uma atitude “mais serena” dos mercados”.

Nesta segunda-feira, a moeda única europeia continuou sob pressão, caindo abaixo de 1,19 dólar pela primeira vez em quatro anos, diante da preocupação com a situação da Hungria.

Apesar da persistente queda da moeda única, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou hoje que “o euro não me preocupa”.

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