6 Out (Reuters) – Pesquisa PoderData mostrou que a grande maioria dos eleitores de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno prefere o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda rodada de votação, enquanto os que votaram em Ciro Gomes (PDT) estão mais divididos entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sondagem mostrou que Lula herdaria 92% dos votos válidos da senadora. Já no caso de Ciro, a maioria, 54%, deve ir para Bolsonaro e 46% para Lula.

Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno com 4,16% dos votos válidos, fez um pronunciamento na terça-feira para declarar apoio explícito a Lula. Ciro –quarto colocado, com 3,04%, e que fez críticas mais duras ao ex-presidente do que a senadora no primeiro turno– divulgou um vídeo afirmando, sem citar nomes, que acatava a decisão do PDT de apoiar o petista.

DIFERENTE NA GENIAL/QUAEST

Já pesquisa Genial/Quaest também divulgada nesta quinta mostrou cenário diferente. Segundo o levantamento, 47% dos eleitores de Ciro disseram que o pedetista deveria apoiar Lula, enquanto 37% disseram preferir Bolsonaro. Entre o eleitorado de Tebet, 33% se manifestaram favoravelmente a Lula e 28% defenderam apoio a Bolsonaro.

DISPUTA NO NORDESTE

O levantamento Genial/Quaest também mostrou uma queda acentuada do apoio a Lula no 2º turno no Nordeste e um crescimento para Bolsonaro na região. Segundo a pesquisa, caiu de 71% para 62% o apoio ao petista no 2º turno, enquanto Bolsonaro cresceu de 22% para 29%.

Na véspera, pesquisa Ipec havia mostrado vantagem para o petista de 69% a 26% no Nordeste –região em que Lula venceu em todos os Estados no primeiro turno e onde obteve sua maior liderança contra o candidato à reeleição.

NOVO ALVO

As pesquisas, aliás, parecem estar tomando o lugar das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral para tornarem-se o novo alvo preferencial do presidente e de seus apoiadores.

No Senado, deve ser protocolado ainda nesta quinta um pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação dos institutos de pesquisa. O senador aliado Marcos do Val (Podemos-ES) conseguiu coletar pelo menos 29 assinaturas –duas a mais do que o mínimo necessário– para a CPI.

Na Câmara, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), apresentou, sob o argumento de que levantamentos interferem na definição do voto do eleitor, um projeto de lei que criminaliza pesquisas que apresentem, nos 15 dias anteriores à eleição, divergência de dados superior à margem de erro em relação ao apurado nas urnas. Pela matéria, não precisa estar configurada fraude ou dano às eleições, apenas a diferença superior à margem de erro será considerada para configurar crime.

O texto prevê pena de 4 a 10 anos de prisão para o estatístico responsável, o responsável legal pela pesquisa e o responsável legal da empresa contratante.

FAKE NEWS SOBRE URNAS

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção das redes sociais de um vídeo que insinuava que teria havido uma manipulação de urnas eletrônicas dentro de um prédio de um sindicato de trabalhadores no interior paulista.

A decisão de retirar do ar o vídeo, divulgado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atende a um pedido apresentado pela coligação encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto.

A decisão estabelece multa diária no valor de 50 mil reais em caso de descumprimento.

APLAUDO A DEMOCRACIA

Um dia depois de notícias na imprensa dando conta que apoiaria Bolsonaro no segundo turno, o ex-presidente Michel Temer (MDB) divulgou nota em suas redes sociais em que afirma que aplaudirá “a candidatura que defender a democracia” e realizar reformas.

“Aplaudirei a candidatura que defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, mantiver as reformas já realizadas no meu governo e propuser ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país”, afirmou.

PODEMOS LIBERA

O Podemos, que estava na coligação presidencial de Simone Tebet no primeiro turno, decidiu liberar seus filiados a apoiarem quem quiserem na votação do próximo dia 30.

“Em respeito às realidades regionais, no segundo turno o partido definiu pela liberação de seus dirigentes, prefeitos, parlamentares e filiados para o apoio às candidaturas estaduais e presidencial”, afirmou o partido em nota.

(Por Eduardo Simões, Maria Carolina Marcello, Pedro Fonseca e Ricardo BritoEdição de Alexandre Caverni)

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEI950UK-BASEIMAGE