A XP foi premiada nesta edição do prêmio Melhor Banco Para Investir como a plataforma de investimentos mais eficaz do mercado. A premiação considerou apenas os fundos geridos pela própria XP. Segundo a Anbima, associação que representa o setor, são cerca de R$ 100 bilhões em fundos próprios, sem considerar os trilhões de reais em recursos captados pela oferta de produtos de terceiros. E o que pesou a favor da empresa foi a qualidade dos serviços prestados. Segundo Gustavo Pires, sócio e Head da Área de Asset Management Services da XP, a estratégia de distribuição de produtos se apóia em três pilares.

O primeiro pilar é o aumento da acessibilidade aos investimentos, especialmente os internacionais. Durante décadas, as autoridades que regulavam o mercado buscaram impedir que os brasileiros investissem no exterior, para impedir a migração de recursos. Atualmente, com a queda dos juros e a diversificação do mercado, a demanda cresceu. No entanto, algumas das restrições permanecem. Para contornar essa dificuldade, a XP passou a oferecer fundos com domicílio fiscal no Brasil e sujeitos à regulação brasileira que investem nas melhores carteiras internacionais. Para a empresa, a vantagem é evidente. Cerca de 33% dos investidores são qualificados e têm acesso aos produtos internacionais. Ao oferecer essa solução, a empresa consegue acessar os demais. “Isso triplica o mercado que pode ser acessado”, disse Pires. “E garante a democratização das aplicações financeiras, o que é bom para os investidores.”

O segundo pilar é a prestação de serviços de curadoria aos investidores, por meio da análise aprofundada dos produtos colocados à disposição dos clientes. Ao colocar um fundo em sua plataforma, a XP quer saber o que está fazendo. “Se boa parte do desempenho de um determinado fundo depende do trabalho individual de um gestor, o cliente poderá ser prejudicado se ele deixar a empresa”, disse Pires. “Esse é um dos riscos que temos de monitorar.”

“A estratégia de distribuição de produtos se apoia em três pilares: aumento da acessibilidade a investimentos, prestação de serviços e experiência do usuário” – Gustavo Pires, sócio e Head da Área de Asset Management Services da XP

O terceiro pilar, mas não o menos importante é a experiência do usuário. E isso vai além de uma plataforma amigável e que permita aplicar recursos e resgatá-los com facilidade. Algumas das medidas são tão simples quanto criativas. Como por exemplo apresentar os produtos com nomes de fácil compreensão. “Muitos dos fundos têm nomes complicados, palavras em inglês e termos técnicos, e isso não é amigável para o investidor iniciante, disse Pires.

Além disso, a XP passou a adotar um princípio da Disney, reconhecida como uma das melhores empresas do mundo em experiência do usuário. “Passamos a apresentar para os clientes soluções para problemas que, a princípio, não nos diziam respeito”, disse o executivo. Por exemplo, quando o investidor solicita o resgate dos recursos de manhã, mas a empresa gestora só divulga a cota do fundo – que vai definir o valor resgatado – na parte da tarde. Em vez de deixar o cliente esperando, a XP usa seu banco e concede a ele um crédito de curtíssimo prazo (um dia) igual a 95% ou 99% do resgate solicitado. “Quando a gestora informa a cota do fundo, fazemos a compensação, sem tarifa para o cliente”, disse o executivo. “Com isso, garantimos seu acesso imediato aos recursos.”

TROCA DE COMANDO A premiação vem em um momento especial para a XP. Aos 36 anos, após duas décadas à frente da corporação, Guilherme Benchimol cedeu o comando a Thiago Maffra, que ocupava o cargo de executivo responsável pela tecnologia. Segundo a companhia, a indicação de Maffra reforça a ênfase que a XP quer dar à tecnologia como matriz de crescimento para os seus negócios.

A gestão de recursos terá um papel crucial nisso. “Nossa missão para os próximos anos será intensificar a transformação do mercado financeiro a favor dos clientes, nos consolidando de vez no mundo dos investimentos para as pessoas e as empresas”, disse Maffra em uma carta enviada aos colaboradores. “O nosso grande desafio será fazer isso de forma diferente, por meio de uma transformação digital, em um modelo no qual produto, design, operações e tecnologia passam a estar totalmente integrados, olhando a jornada do cliente do início ao fim.”