A chinesa Xiaomi deixa ainda mais clara sua estratégia para o competitivo mercado global de smartphones. A empresa tem apostado em ultrassegmentação, em vez de atuar com todas as linhas sob a mesma bandeira, e acaba de anunciar o lançamento da MI CC – que se soma à marca mãe Xiaomi (de produtos mais Premium), à Redmi (dispositivos intermediários e de entrada) e à Poco (espécie de topo de linha mais em conta). A Mi CC será focada na chamada Gen Z, jovens 100% digitais, aqueles nascidos entre 1995 e 2010 (na definição da consultoria McKinsey). Dentro do QG chinês essa faixa de público é chamada de “geração jovem global” e, para eles, a Xiaomi quer produtos coloridos, chiques, criativos e cool (bacana, em inglês), por isso o nome CC – que remete também a aparelhos “câmera+câmera”, em referência ao recurso de câmera dupla. Nas vendas globais de smartphones a Xiaomi oscila entre a quarta e a sexta posição. No topo está a coreana Samsung (na faixa de 70 milhões de unidades comercializadas no primeiro trimestre de 2019), seguida de Huawei (batendo 60 milhões, ainda sem os efeitos das retaliações anunciadas por Donald Trump) com Apple em terceiro (faixa de 36 milhões de unidades). Aí vêm Oppo, Vivo e Xiaomi, todas chinesas, com vendas na faixa de 23 milhões a 25 milhões no primeiro trimestre.

(Nota publicada na Edição 1127 da Revista Dinheiro)