Por Winni Zhou e Martin Quin Pollard

XANGAI/PEQUIM (Reuters) – As duas maiores cidades da China reforçaram as restrições contra a Covid-19 nesta segunda-feira, alimentando a angústia da população e até mesmo questionamentos sobre a legalidade de sua batalha rigorosa contra o vírus que atingiu a segunda maior economia do mundo.

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Em Xangai, em sua sexta semana de lockdown, autoridades lançaram um novo esforço para acabar com as infecções fora das zonas de quarentena até o final de maio, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Embora não tenha havido nenhum anúncio oficial, moradores de pelo menos quatro dos 16 distritos de Xangai receberam avisos no fim de semana dizendo que não teriam permissão para sair de casa ou receber entregas, levando a uma corrida para estocar alimentos.

Algumas dessas pessoas já haviam sido autorizadas a se movimentar em seus complexos residenciais.

“Vão para casa, vão para casa!”, gritou uma mulher por um megafone para os moradores que se misturavam em um bloco de apartamentos impactado pelas novas restrições no domingo, uma cena diferente do restante do mundo que optou por se abrir e conviver com o vírus.

“É como uma prisão”, disse Coco Wang, moradora de Xangai que vive sob as novas restrições. “Não temos medo do vírus. Temos medo dessa política.”

Enquanto isso, nas restrições mais severas impostas em Pequim até agora, uma área no sudoeste da capital proibiu na segunda-feira os moradores de deixar seus bairros e ordenou que todas as atividades não relacionadas à prevenção do vírus fossem interrompidas.

Em outros distritos gravemente atingidos de Pequim, os moradores foram instruídos a trabalhar em casa, alguns restaurantes e transporte público foram fechados, e mais estradas, complexos e parques foram bloqueados.

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