O governador do Rio, Wilson Witzel, criticou o presidente Jair Bolsonaro e os rumos do governo federal em diferentes áreas, incluindo o neoliberalismo representado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Sobre a retórica de Bolsonaro, Witzel disse que ela se compara a discursos de líderes autoritários.

“Típico de (Alberto) Fujimori, (Recep Tayyip) Erdogan, o outro maluco lá da Venezuela…(Hugo) Chávez.” O governador citou o livro Como as Democracias Morrem para embasar sua crítica. “É um vocabulário (o de Bolsonaro) de quem não respeita a diversidade de opiniões.”

Durante um café da manhã com a imprensa, convocado para apresentar um balanço do primeiro ano de gestão à frente do Palácio Guanabara, Witzel adotou uma linha que configura sua faceta mais moderada desde que assumiu o mandato. Destacou, por exemplo, a importância de se pensar no social – e, tendo isso como gancho, criticou as propostas de Paulo Guedes, entre elas o pacto federativo, que estariam levando o País a uma “direção equivocada”.

Ao analisar a conjuntura da América do Sul, principalmente a convulsão social chilena, disse ainda que a política econômica de Guedes não pode pensar apenas na contenção de despesas, deixando de lado políticas de bem-estar.

Apesar de tecer uma série de análises sobre o País, com bandeiras cada vez mais ao centro, Witzel não confirmou sua candidatura presidencial em 2022. “Sou candidato a governar bem o Rio de Janeiro”, divagou. Como justificativa para falar tanto sobre o Brasil, lembrou que é presidente de honra do seu partido, o PSC, e que por isso é uma liderança nacional.

O governador comentou, inclusive, que há uma proposta de fusão entre o PSC e o PSL, antigo partido de Bolsonaro. “Estamos analisando, vamos conversar. Temos que avaliar. O PSC tem uma tradição de longa data.”