De forma discreta, a startup WeWork, que aluga espaço para escritórios compartilhados, começou a operar em São Paulo no começo de julho.

Mas apesar da falta de barulho, a companhia, que foi fundada pelos empreendedores Adam Neumann e Miguel McKelvey, em Nova York, em 2010, não tem do que reclamar.

“Ocupamos todas as 850 posições do nosso primeiro escritório na Avenida Paulista”, afirma Lucas Mendes, gerente-geral da operação brasileira.

Mas isso é apenas o começo. A companhia vai inaugurar mais três unidades em São Paulo e, até o fim do ano, estreará no Rio de Janeiro, com dois escritórios. “Estamos com bastante apetite para ampliar”, diz Mendes, que não revela os investimentos.  No total, informa o executivo, o plano da WeWork é chegar ao fim do ano com 5 mil posições para alugar.

Esse são os primeiros passos no Brasil da WeWork, uma das startups mais quentes do momento. Neste ano, ela levantou US$ 3 bilhões com o fundo japonês Softbank, do empresário Masayoshi Son. Desde que surgiu, a companhia já conseguiu captar US$ 4,5 bilhões.

Neste mês, a startup levantou outros US$ 700 milhões em investimentos, segundo a revista americana Forbes. Com esse aporte, ela foi avaliada em US$ 20 bilhões, o que faz da empresa de escritórios compartilhados a quinta mais valiosa do mundo.

Segundo um levantamento realizado pelo jornal econômico americano The Wall Street Journal, a WeWork vale menos apenas do que a americana Uber, da chinesa Didi Chuxing, a chinesa Xiaomi e o Airbnb. A Palantir, do empreendedor Peter Thiel, um dos fundadores do Paypal, também foi avaliada em US$ 20 bilhões.

Com toda essa dinheirama, a WeWork está se expandindo de forma acelerada ao redor do planeta. Ela já conta com mais de 140 escritórios ao redor do mundo, em 45 cidades e em 15 países. São mais de 120 mil profissionais usando seus espaços.

Mas o que faz uma startup que aluga espaço para escritórios ser considerada tão valiosa? Primeiro, ela está sendo considerada uma empresa de tecnologia em vez de uma imobiliária.

Os investidores acreditam também que sua escala global é incomparável. Quem aluga um espaço na WeWork pode também usar os escritórios espalhados em qualquer parte do mundo.

Por preço que começam em US$ 45 e podem chegar a US$ 1,3 mil ao mês, ela oferece uma série de comodidades, como internet rápida, cafés especiais, cabines telefônicas privadas e materiais de escritórios, entre outros.

Além disso, todos os membros da WeWork podem se comunicar por meio de um aplicativo, uma espécie de rede social, que ajuda na troca de ideias e a realizar negócios com outras empresas instaladas nos escritórios da startup. “Na verdade, a gente se enxerga como uma comunidade global que ajuda os empreendedores a se conectarem com o mundo”, afirma Mendes.