A bolsa parece estar cara. Ainda é possível ganhar dinheiro com ações?
Sim. Atualmente, há uma preocupação mundial relacionada aos juros de longo prazo. As taxas estão subindo, especialmente nos títulos do Tesouro americano. Isso prejudica algumas empresas no longo prazo, como as gigantes tecnológicas, que dependem muito de alavancagem financeira.

Qual a alternativa?
Em vários países os investidores estão se voltando para as empresas de menor capitalização, conhecidas como small caps. São empresas que atuam em setores diversos. Nossa estratégia, que é de longo prazo, foi procurar empresas com esse perfil cujas receitas estivessem de alguma maneira ligadas ao dólar e cujas cotações estivessem descontadas em dólares.

Quais ações integram a carteira do fundo?
A principal característica das empresas em que o fundo investe é ter receitas em dólar ou vinculadas de alguma maneira ao dólar. Por exemplo, indústrias como a Ferbasa e a Tupy, e usinas de bioenergia como a São Martinho. As receitas dessas companhias são vinculadas diretamente ao dólar, por elas trabalharem com commodities. Como a moeda americana vem se apreciando em relação ao real, o faturamento tem avançado.

A rentabilidade será prejudicada se o dólar cair ante o real?
Não. Uma de nossas empresas mostra bem isso. Temos no fundo as ações da Kepler Weber, líder no setor de silos. Ela é ligada ao agronegócio, mas está menos sujeita às oscilações do setor. Seus clientes transacionam grãos, e os preços dessas commodities também estão subindo. Assim, mesmo que o dólar caia, a boa exportação de commodities atenua uma eventual queda no faturamento.

Quais as características do fundo e da gestora?
Nosso principal produto é o Trígono Flagship Small Caps. É um fundo de cotas que investe apenas no nosso fundo master. É um fundo popular, cuja aplicação mínima é de R$ 500. A taxa de administração é 2% e a taxa de performance é 20% do que superar o índice Small Caps da B3. Atualmente, ele tem R$ 320 milhões em patrimônio, e a Trígono tem R$ 530 milhões em recursos administrados.

PL DOS FUNDOS CRESCE EM FEVEREIRO

Apesar da turbulência, a indústria de fundos manteve uma certa estabilidade em fevereiro. O patrimônio total avançou ligeiramente em 0,64%, subindo para R$ 5,349 trilhões no fim do mês passado. Dentre as principais categorias, os fundos multimercados registraram o maior crescimento patrimonial, com um avanço de 0,90%. A única categoria que registrou resgates foi dos fundos de previdência, cujos ativos encolheram 0,22%. Os fundos de renda fixa permanecem liderando em patrimônio, com R$ 2,25 trilhões em recursos administrados.

EM ALTA 0,6%

Foi o aumento da atividade no setor de serviços em janeiro de 2021 na comparação com dezembro do ano passado. A alta do primeiro mês do ano indica oito meses sem queda desse indicador, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor acumula ganho de 19,6% nesse período. Mesmo assim, ele ainda está 13,8% abaixo do recorde histórico de novembro de 2014 e 3% abaixo do nível de fevereiro de 2020, antes das medidas de isolamento decorrentes da pandemia.

EM BAIXA 0,6 ponto

Foi o recuo do Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) na passagem de janeiro para fevereiro. O indicador recuou para 82,9 pontos, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o índice registrou queda de 0,5 ponto. Segundo a FGV, a demora na recuperação das atividades e do emprego devido ao prolongamento das medidas de restrição mostra que a retomada da economia não será tão rápida como se esperava.