O Walmart, a maior rede varejista dos Estados Unidos, alertou o governo americano sobre as consequências negativas do aumento das tarifas de produtos importados da China. Segundo o site Business Insider, um representante da empresa encaminhou uma carta ao representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, afirmando estar preocupado com os reflexos da ação nos consumidores e produtores do país.

“Como os maiores varejistas dos Estados Unidos e um grande comprador de produtos manufaturados dos EUA, estamos muito preocupados com os impactos que essas tarifas teriam sobre nossos negócios, nossos clientes, nossos fornecedores e a economia dos EUA como um todo.”

O Walmart, que emprega 2,3 milhões de pessoas – sendo 1,5 milhão apenas nos EUA -, foi a segunda grande empresa e se pronunciar contra as novas medidas aplicadas pela gestão de Trump nas últimas semanas. Há alguns dias, o fundador do Alibaba, o maior e-commerce da China, Jack Ma, afirmou que as tarifas impedirão a criação de 1 milhão de postos de trabalho no site nos EUA.

Segundo o site, a mensagem foi encaminhada há duas semanas. Entre as solicitações, o Walmart pedia para que o presidente reconsiderasse a taxação de diversos produtos, incluindo xampu, comida para cães, malas, colchões, bolsas, mochilas, aspiradores de pó, bicicletas e churrasqueiras.

A rede varejista ressaltou que as novas taxas incidirão na transferência de custo dos produtos aos consumidores. “Ou os consumidores pagarão mais, os fornecedores receberão menos, as margens do varejo serão menores, ou os consumidores comprarão menos produtos, ou abandonarão as compras.”

Novas taxam atingem US$ 200 bi e mais de 5 mil produtos

Apesar de todo o apelo, o pedido não surtiu efeito. Na última segunda-feira (17), Trump oficializou o aumento de taxas em mais de 5 mil produtos importados da China, somando mais de US$ 200 milhões. A medida, segundo o presidente, é para forçar o governo chinês a mudar suas práticas comerciais.

“Temos sido muito claros sobre o tipo de mudanças que precisam ser feitas e demos à China todas as oportunidades para nos tratar com mais justiça. Mas, até agora, a China não está disposta a mudar suas práticas”.

Ele acrescentou: “Como presidente, é meu dever proteger os interesses de homens e mulheres trabalhadores, agricultores, fazendeiros, empresas e nosso próprio país”.