A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março, teve um efeito negativo na quantidade exportada de carnes brasileiras. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 3, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), o setor mais afetado no período foi o de carne bovina, que teve forte queda em volume e receita.

Já o setor de suínos e de frango, apesar da redução no total de toneladas vendidas, faturaram mais, também na comparação anual. Por outro lado, todas as carnes registraram aumento do preço médio em relação ao registrado em março de 2016.

Em carne bovina in natura, foram exportadas 98,2 mil toneladas, 11,29% a menos ante as 110,7 mil toneladas de março do ano passado, mas 24% acima das 79,3 mil toneladas embarcadas em fevereiro último. A receita somou US$ 403,6 milhões, 1,9% menos do que os US$ 411,2 milhões obtidos em março de 2016, mas alta de 24% ante os US$ 326 milhões de fevereiro. O preço médio pago pela tonelada, por sua vez, subiu 10,6% ante março de 2016, para US$ 4.108,80, e ficou 0,1% menor em relação à média de US$ 4.111,40/tonelada de fevereiro.

É interessante observar que o ritmo dos embarques se reduziu nas duas últimas semanas do mês, após a divulgação da Carne Fraca, passando de uma média de 22 mil toneladas por semana para 17,6 mil toneladas, com queda de faturamento de US$ 90 milhões para US$ 72 milhões.

Os embarques de carne de frango in natura somaram 343,3 mil toneladas, 6,8% a menos ante março de 2016, quando foram embarcadas 368,4 mil toneladas. Na comparação com fevereiro, quando foram embarcadas 301 mil toneladas, houve aumento de 14%.

O faturamento atingiu US$ 571 milhões, 11,8% acima dos US$ 510,6 milhões registrados em igual período de 2016 e de 13,8% em relação à receita de US$ 501,9 milhões de fevereiro. O preço médio da tonelada embarcada, de US$ 1.663,30, ficou 20% acima ante o registrado em igual período de 2016 e 0,3% abaixo do de fevereiro.

Diferentemente do registrado com a carne bovina, não houve diferença significativa no ritmo dos embarques após a operação da PF.

Já as vendas externas de carne suína in natura totalizaram 54,8 mil toneladas, 3,4% abaixo das 59,7 mil toneladas embarcadas em março de 2016 e tiveram alta de 34,9% ante as 44,1 mil toneladas de fevereiro.

A receita somou US$ 138,3 milhões, alta de 39,5% ante o registrado em igual mês do ano passado e de 34,9% ante fevereiro.

No mês passado, o preço médio da tonelada ficou em US$ 2.522, alta de 8,6% ante fevereiro e de 44,3% ante março de 2016. Assim como no caso do frango, não houve mudança significativa no ritmo dos embarques ao longo das semanas.

Acumulado

Nos três primeiros meses de 2017, as vendas de carne bovina totalizaram 264,656 mil toneladas, ante 288,332 mil toneladas em igual período do ano passado (-8,2%). Já o faturamento ficou em US$ 1,082 bilhão este ano, valor 2,2% menor que o US$ 1,106 bilhão obtidos entre janeiro e março de 2016.

Sobre as vendas externas de carne de frango in natura, houve alta de 2,8% no volume acumulado até março, no comparativo anual, para 969,631 mil t (ante 943 mil toneladas). Em faturamento, o avanço foi de 24%, de US$ 1,287 bilhão para US$ 1,597 bilhão.

Também no acumulado do ano, as exportações de carne suína in natura avançaram 48%, atingindo US$ 365,540 milhões ante US$ 247,2 milhões em 2016. Em volume, o avanço foi de 9,9%, passando de 139,7 mil toneladas para 153,48 mil toneladas.