Estes dois anos de pandemia transformaram hábitos, e comportamentos sociais o que resultou em uma mudança do impacto das pessoas no planeta. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), durante este intervalo a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) nos domicílios brasileiros cresceu cerca de 4%, com uma média de 1,07 milhão de toneladas.

Nos cinco anos anteriores o crescimento médio foi de 1%. “Antes do período da pandemia, a geração de resíduos acontecia de maneira descentralizada nas diferentes regiões das cidades”, afirmou Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Abrelpe e presidente da International Solid Waste Association (ISWA).

Como é de se pressupor, dada a concentração da população, o Sudeste responde por quase 50% do total de resíduos gerados no País, com um índice de 1,261 kg/hab/dia, enquanto a região Norte representa cerca de 7,4% do total, com 0,898 kg/hab/dia.

Além da geração de resíduos por si só já ser um problema, ele é agravado por dois outros componentes: o descompasso entre o aumento do lixo gerado e a cobertura da coleta que não cresceu no período analisado e a falta de políticas de destinação correta dos resíduos, o que faz com que 39,8% dos resíduos gerados nos estados tenham descarte inadequado.

(Nota publicada na edição 1255 da Revista Dinheiro)