O volume de negócios das companhias aéreas vai cair 46% em 2021 em relação a 2019, o que afasta ainda mais a recuperação do setor, alertou a Associação Internacional de Trasporte Aéreo (Iata) nesta terça-feira (27).

As companhias aéreas esperavam uma recuperação no tráfego aéreo no quarto trimestre, mas dada a nova onda do covid-19 e as restrições de tráfego, elas revisaram suas projeções anteriores, que previam uma queda de 29% para o lado negativo.

A Iata, que agrupa 290 companhias aéreas, estima que este ano o tráfego aéreo cairá 66% e que em dezembro essa queda chegará a 68%.

O setor sofreu seu pior mês da história em abril, e começou a se recuperar em julho, para entrar em colapso novamente em setembro, com a segunda onda do coronavírus.

As previsões anteriores eram de uma vacina no segundo semestre de 2021.

“Não estamos mais tão otimistas quanto ao segundo semestre de 2021”, explicou Brian Pearce, diretor financeiro da associação, em uma entrevista coletiva virtual.

“A cada novo dia de crise, aumentam as possibilidades de perda de empregos e destruição econômica”, declarou o diretor-geral da entidade, que reiterou o apelo aos governos para que dêem novas ajudas ao setor.

Segundo o Iata, o setor já obteve apoio de 160 bilhões de dólares por meio de ajudas diretas, empréstimos ou medidas fiscais.

Para diminuir as despesas fixas das empresas “serão necessários outros cortes de empregos ou de salários”, explicou a Iata.

“Para chegar ao nível de produtividade dos últimos anos, o número de empregos deve ser reduzido em 40%”, acrescentou.