Se por um lado o auxílio emergencial pode ser fundamental para ajudar a completar a renda de trabalhadores afetados pela pandemia da covid-19, por outro pode representar o congelamento do orçamento familiar dos funcionários públicos. O governo Jair Bolsonaro pretende travar os salários do funcionalismo por três anos para compensar o impacto orçamentário do auxílio nas contas públicas.

A medida ainda não foi equacionada, nem é dada como certa pela equipe do Ministério da Economia, mas é uma opção para amenizar a escalada da dívida bruta do País, que chegou a 89,3% do PIB no ano passado, impulsionada principalmente pela distribuição de renda pelo auxílio.

+ Sem auxílio e sob restrições da pandemia, economistas apontam risco de recessão
+ Com aval de Lira, base tenta limitar atuação da oposição
+ Bolsonaro retorna de feriado em SC e vai ao Planalto para reuniões com ministros

Com a possibilidade do retorno do auxílio emergencial ainda no mês que vem ou em abril, o governo já está se protegendo de possíveis fraudes nos pagamentos e vai promover um verdadeiro pente-fino no quadro de beneficiários.

Para isso, reuniu grandes bancos de dados financeiros como o Caged, INSS, MEI, CNIS e pretende retirar automaticamente da lista de pagamentos os servidores, militares, aposentados e pensionistas, além de trabalhadores que estão trabalhando e não devem receber o benefício.

Segundo a Folha de S.Paulo, os integrantes do governo avaliam que quanto mais restritivo for o acesso ao auxílio, menor a necessidade de cortes em outras áreas.

A única certeza, neste momento, é a de que os R$ 322 bilhões gastos no ano passado serão reduzidos em mais da metade neste ano, uma vez que menos pessoas receberão as parcelas e a transferência deve ficar entre R$ 200 e R$ 250 por até quatro meses.