A bolsa de Nova York teve seu pior dia em mais de um mês nesta terça-feira (25), afetada pelos bancos e por alguns resultados de empresas.

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,02% a 33.530,83 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recuou 1,98% a 11.799,16 pontos, e o S&P 500 registrou baixa de 1,58% a 4.071,63 unidades.

O índice VIX, conhecido como um indicador “do temor” dos investimentos porque mede a volatilidade do mercado, deu um salto de 15%.

“É o primeiro dia desde 22 de março na qual os principais índices recuam mais de 1%”, afirmou Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers, consultado pela AFP.

Para Edward Moya, da Oanda, “as ações americanas perderam força pelos resultados díspares das empresas, pelo nervosismo sobre o setor bancário e pela notícia de que o presidente Joe Biden disputará a reeleição”.

– Bancos em queda –

O setor bancário arrastou o mercado devido ao novo tombo do banco regional First Republic, que teve um dia difícil nesta terça, quando despencou 49% em Wall Street, em um contexto de preocupação com seu futuro, após o saque de mais de 100 bilhões de dólares (cerca de R$ 506 bilhões) em depósitos.

“Foi um pouco assustador do lado dos bancos”, admitiu Sosnick, que destacou queda das ações de outras instituições regionais, como PacWest (-8,92%) e Western Alliance (-5,65%).

Os grandes do setor também fizeram água, registrando baixas de 2% a 3%, do Bank of America ao JPMorgan, passando pelo Citigroup.

O setor tecnológico não escapou, com a Amazon registrando forte queda (-3,43%) antes da publicação de seus resultados na quinta.

– Tecnológicas superam as expectativas –

Após o fechamento, a Alphabet, matriz do Google, publicou seus resultados trimestrais com os quais superou as expectativas do mercado, com lucro líquido de 15 bilhões de dólares (cerca de 76 bilhões de reais).

Seu faturamento trimestral alcançou, ainda, 70 bilhões de dólares (354 bilhões de reais), segundo um comunicado. O montante é um bilhão de dólares (aproximadamente R$ 5 bilhões) superior ao esperado pelo mercado, apesar de cortes publicitários por parte dos anunciantes.

A Microsoft, por sua vez, publicou resultados sensivelmente melhores do que o esperado no primeiro trimestre do ano, impulsionados por sua atividade em nuvem, que se apoia em inteligência artificial.

Entre janeiro e março, terceiro trimestre contábil da companhia e o primeiro do ano, a Microsoft registrou 7% de aumento em seu faturamento em relação ao mesmo trimestre do ano passado, para 52,8 bilhões de dólares (R$ 267,2 bilhões).

No primeiro trimestre, os lucros da Microsoft alcançaram 18,3 bilhões (R$ 92,6 bilhões) de dólares, 9,4% a mais que no mesmo trimestre do ano passado. Por ação, foram 2,45 dólares (pouco mais de R$ 12), muito acima dos US$ 2,24 (R% 11) esperados pelos analistas.

O mercado recebeu, ainda, os dados de confiança dos consumidores na economia dos Estados Unidos, que registraram em abril uma queda maior que o esperado, segundo a organização Conference Board.

O índice geral caiu para 101,3 pontos, frente aos 104 pontos de março, muito abaixo dos 104,1 pontos esperados pelos analistas, segundo consenso reunido pelo briefing.com.

“A inflação elevada e a alta do custo dos créditos configuram ventos contrários para os consumidores”, resumiu Rubeela Farooqi, economista da HFE.