A próxima segunda-feira (31) marca o início do ano letivo às escolas municipais e estaduais, que são obrigadas a retornar às aulas presenciais. Em meio a taxas recordes de infecção pela variante Ômicron, muitas dúvidas persistem em relação aos riscos de contaminação de crianças e adolescentes em um momento em que a vacinação a pessoas entre 5 a 11 anos ainda está no começo.

Para Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, as aulas presenciais nas escolas que adotam os protocolos sanitários recomendados são seguros. As medidas não são nenhuma novidade: uso de máscara, distanciamento social a fim de evitar aglomeração, higienização das mãos e dos ambientes, ventilação e principalmente acompanhar o surgimento de sintomas.

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“Escolas que cumprem os protocolos mostraram ser seguras, sim, nas aulas presenciais. Apesar de a Ômicron ter uma taxa de transmissibilidade extremamente alta, há medidas para complementar a redução do risco de transmissão dentro da escola. O uso da máscara é recomendável a partir dos dois anos e obrigatório a partir dos cinco anos”, explica Kobayashi.

Os pais também possuem um papel importante no retorno às atividades escolares. Cabe-lhes ficarem atentos ao surgimento de sintomas e, neste caso, não mandar os filhos à escola. Ao sinal de qualquer sintoma, mesmo sem a comprovação de ser Covid-19, a recomendação é manter a criança em casa, em isolamento.

“Os pais podem e devem fazer a vigilância dos sintomas dos alunos ou se teve contato com algum infectado. É importante não mandar os filhos com sintomas para escola para evitar novos contágios”, explica a médica.

Apesar de o Ministério da Saúde ter recomendado um período de sete dias de isolamento a casos assintomáticos de Covid-19 e dez após o fim dos sintomas, o tempo de isolamento a crianças é diferente. Para Kobayashi, o isolamento de crianças é discutido individualmente.

“Tempo de isolamento das crianças é discutido caso a caso e depende de alguns fatores: vacinação, teste positivo ou negativo, se tem sintomas, se apresentou melhoras dos sintomas a partir do sétimo dia. Não há um número específico de isolamento, mas uma avaliação individualizada”, ressalta.

Estudantes que pertencem aos grupos de risco da Covid, que sejam gestantes ou puérperas, desde que tenham prescrição médica, possuem permissão para realizar as atividades escolares de maneira remota. Neste caso, as escolas devem ter um plano pedagógico a essas pessoas.

As escolas também devem exigir o comprovante de vacinas a quem tem mais de cinco anos, porém estados e municípios ainda não regulamentaram a exigência do documento pelas escolas.

Vale ressaltar que vacinar crianças assim que possível é essencial à segurança da própria criança e ao combate à Covid-19: quanto menos circular, menos chances o vírus possui de sofrer uma nova mutação genética e desencadear uma nova onda de contágio.