O presidente da Volkswagen para a América do Sul e o Caribe, Pablo Di Si, disse nesta sexta-feira, 6, que o Rota 2030, nova política do governo para desenvolver o setor automotivo, vai fazer com que “a inteligência e o conhecimento continuem” no Brasil.

Lançado ontem em Brasília, o Rota 2030 vai dar incentivo fiscal de R$ 1,5 bilhão por ano para as montadoras, que, em troca, terão de investir R$ 5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. O programa, feito para durar 15 anos, será enviado ao Congresso como uma medida provisória. Em razão disso, terá de ser apreciada pelos parlamentares em até 120 dias, sob pena de perder validade.

O lançamento do Rota 2030, previsto inicialmente para o segundo semestre do ano passado, foi adiado diversas vezes por causa de divergências entre o Ministério da Fazenda e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

Enquanto a Fazenda relutava em dar incentivos, alegando que o País passa um por desequilíbrio fiscal, o Mdic ficou ao lado da montadoras, argumentando que os benefícios são necessários para manter no Brasil investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

No momento em que os dois ministérios disputavam uma queda de braço, as montadoras chegaram a ameaçar tirar ou reduzir investimentos do Brasil caso o programa não fosse lançado ou não contasse com estímulos suficientes. Com um final feliz para o setor, as empresas agora se preparam para se adequar às exigências do governo, que incluem metas de eficiência energética.

“O programa irá contribuir para que haja mais previsibilidade para a indústria automobilística, promovendo investimentos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil”, disse o presidente da Volkswagen. “Dessa forma conseguiremos que a inteligência, o conhecimento, continue aqui no País e possa, além de atender as demandas específicas dos consumidores locais, criar divisas para o Brasil por meio das exportações dessas inovações.”, acrescentou.