Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Volkswagen vai colocar 2,5 mil trabalhadores em férias coletivas de 20 dias em sua principal fábrica no Brasil, em São Bernardo do Campo (SP), por falta de peças, afirmou o sindicato dos metalúrgicos do ABC nesta terça-feira.

A decisão entra em vigor na segunda-feira, segundo a entidade.

A indústria de veículos do país tem sofrido há meses com falta de componentes, principalmente eletrônicos, em meio à crise global em cadeias de suprimentos agravada por disparada de preços de insumos.

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De acordo com o sindicato do ABC, há falta de semicondutores, componentes e peças o que afeta a produção na fábrica.

“Não foi diferente ao que está acontecendo em outras fábricas do país. Tem demanda de produção, porém com a escassez de peças a fábrica não consegue atender o consumidor final”, disse o coordenador geral do sindicato, José Roberto Nogueira da Silva.

Nesta terça-feira, a Localiza, maior locadora de veículos do país, afirmou que espera receber mais carros de montadoras no segundo trimestre ante o início do ano, mas que o cenário ainda é de muita incerteza.

“Estamos na expectativa da retomada o mais breve possível”, afirmou Silva.

“Temos feito um trabalho para proteger os companheiros de fábricas terceiras dentro da Volks, mas outros fornecedores da montadora já pararam ou estão parando. Isso mostra que há uma desestruturação”, adicionou.

Na segunda-feira, a nova gestão da associação de montadoras de veículos, Anfavea, defendeu necessidade de proteção à cadeia de autopeças do país para o Brasil não perder competitividade em exportações.

A fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo conta com cerca de 8,2 mil trabalhadores, sendo 4,5 mil na produção, segundo o sindicato. Atualmente a fábrica produz 800 veículos por dia, segundo a entidade.

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