Por que a Suno assumiu a gestão de um fundo da Mauá?
A gestora Mauá se reestruturou. Deixou de focar em ativos líquidos e preferiu se concentrar em ativos imobiliários e alternativos. Descontinuou o fundo multimercado e estava para descontinuar o fundo de ações. Foi quando avaliamos a possibilidade de assumir essa carteira.

De onde veio a ideia?
Temos uma boa relação comercial e profissional. Investimos parte de nossos recursos lá, e eles investem conosco. Quando soubemos que o gestor do fundo de ações da Mauá tinha deixado a empresa, nos propusemos a assumir a gestão. Consideramos o fundo interessante. Tem cerca de R$ 50 milhões de patrimônio, e nós pensamos ser capazes de apresentar uma rentabilidade consistente para o investidor.

Como acontece a incorporação? Muda algo para o cotista?
Não. A mudança será automática após a aprovação da troca do gestor em assembleia de cotistas, prevista para 9 de fevereiro. O fundo seguirá com os mesmos 2% de taxas de administração e 20% de performance sobre a rentabilidade que superar o Ibovespa.

O que a gestão desse fundo acrescenta à Suno?
O grupo Suno começou suas atividades em 2017 como uma empresa de análise. Começamos a criar carteiras teóricas, derivadas das recomendações dos nossos analistas. Observamos que o desempenho de nossos produtos era comparável ao de gestoras consagradas. Daí decidimos criar nossa própria gestora, o que fizemos em março de 2021. Nossa meta é encerrar 2022 com R$ 3,6 bilhões em ativos.

Qual sua visão para a bolsa?
A bolsa tem oscilado e isso deve continuar. O cenário não vai melhorar quando a Selic chegar a 11,75% ao ano, mas só quando o mercado se convencer que o teto é de 11,75% e houver uma convicção de estabilidade da Selic.

E qual é a estratégia para a renda variável?
Nossa estratégia é buscar investimentos em valor. Procurar os setores mais promissores e, dentro deles, saber diferenciar as boas empresas das ruins. Ao longo dos meses, nossa estratégia mudou um pouco. No início de 2021 tínhamos cerca de um terço da carteira em energia, agora esse percentual caiu para 18%, porque consideramos que as ações ficaram caras.

NOTAS

Melhora desempenho de fundos imobiliários

Apesar de terem sofrido com a alta dos juros no segundo semestre de 2021, os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) apresentaram um bom desempenho em dezembro. Segundo a plataforma de consolidação de investimentos Smartbrain, 87% dos 225 fundos imobiliários negociados na B3 no mês tiveram retornos positivos. No entanto, no acumulado do ano passado, esse percentual foi de apenas 28%, incluindo 53 carteiras de um total de 188 FIIs analisados.

Ativos alternativos SERão US$ 18 tri em 2025

O estoque total de ativos alternativos no mundo deverá triplicar até 2025, chegando a US$ 18 trilhões, segundo a consultoria britânica Preqin. Esses ativos, que incluem direitos sobre propriedade intelectual, criptomoedas e non-fungible tokens (NFT), investimentos em arte, vinhos e antiguidades, são considerados uma opção de diversificação para os investidores. O comportamento de seus preços costuma ter pouca correlação com as taxas de juros.

Com ativos de R$ 8,2 BI, Jive lança fundo Aberto

A gestora de fundos Jive, especializada em dívidas vencidas, lançou seu primeiro fundo aberto. O Jive Bossa Nova High Yield investe em recebíveis e em precatórios federais e direitos creditórios judiciais, entre outros. O fundo é voltado a investidores qualificados. A gestora aplicou R$ 50 milhões próprios e a meta é chegar a R$ 400 milhões. O fundo será distribuído pela XP. A Jive tem três fundos fechados, com ativos de R$ 8,2 bilhões.

EM ALTA
1,95%

Foi a alta da inflação na segunda prévia do Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M) referente a janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira (19). A segunda prévia do índice em dezembro de 2021 havia sido de 0,43%. No acumulado do mês, a inflação ficou em 0,87%. Segundo a FGV, a alta do IGP-M foi provocada pelo aumento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que subiu 2,51% no segundo decêndio de janeiro, após ter avançado 0,32% na segunda prévia de dezembro.

EM BAIXA
23,8%

Foi a queda do número de cheques compensados no Brasil em 2021 em relação a 2020. No ano passado foram compensados 218,9 milhões de cheques, ante 287,1 milhões processados no ano anterior, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em 1995, primeiro ano da série histórica, foram compensados 3,3 bilhões de cheques. A queda em relação a essa data é de 93,4%. Segundo a Febraban, a redução acentuada no uso de cheques decorre do avanço dos meios de pagamentos digitais, em especial o Pix.