Quatro anos após o desastre que destruiu a região de Mariana (MG), as vítimas ainda aguardam uma casa nova. O prazo para que a Fundação Renova, criada pelas mineradoras responsáveis pela tragédia – Vale, Samarco e BHP – para reparar os danos ambientais e indenizar os atingidos, entregasse as residências definitivas em Novo Bento e Novo Paracatu de Baixo foi adiado para 27 de agosto de 2020. A entidade, inclusive, está recorrendo da multa de R$ 1 milhão por dia de atraso e pretende solicitar prorrogação para a entrega das casas. Segundo a Renova, cerca de 320 mil pessoas já receberam R$ 1,8 bilhão em indenizações e auxílios emergenciais. A entidade também alega ter destinado R$ 6,7 bilhões a ações de reparação. Até hoje, não há informações oficiais sobre os riscos à saúde que os rejeitos de minério, que ficaram impregnados na terra e poluíram as águas do Rio Doce, podem causar a curto, médio e longo prazo. O Estudo de Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH), divulgado pela Agência Pública, aponta que, nas residências atingidas, foram encontradas concentrações de cádmio, níquel, zinco e cobre muito acima dos limites de segurança vigentes na legislação brasileira.

(Nota publicada na Edição 1146 da Revista Dinheiro)