Previdência Privada

Dentre os investimentos, previdência é o assunto de mais longo prazo. Assim, as mudanças nas regras de aplicação dos fundos, definidas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), em setembro, e que entraram em vigor no fim de 2017, deverão ser benéficas para os investidores. As alterações vão permitir aos gestores buscar mais oportunidades de rentabilizar o capital por meio da renda variável, que hoje representa meros 6% do patrimônio líquido de R$ 723 bilhões investidos em fundos de previdência no País, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). “A partir de agora, os gestores poderão ser mais ousados e os investidores terão maior liberdade para a tomada de risco”, diz Altair César de Jesus, superintendente de investimentos da BrasilPrev, ligada ao Banco do Brasil.

Entre outras alterações, a nova regulamentação estabelece a figura do investidor qualificado, com aplicações superiores a R$ 1 milhão, que passa a ter autorização para alocar até 100% dos recursos em bolsa. Para o investidor comum, esse índice sobe para 70% ante os 49% que vigoravam até então. Outras mudanças incluem a alternativa de aplicar até 10% da carteira em ativos no exterior, e a possibilidade de remuneração por performance, caso os gestores superem as metas de rentabilidade. “Esse contexto favorece uma gestão mais ativa por parte dos fundos”, afirma Jorge Nasser, diretor-geral da Bradesco Vida e Previdência. “Com um leque mais amplo, a discussão passa a ser a tolerância ao risco e a carteira mais adequada aos objetivos de cada investidor.”

O novo quadro vai ao encontro da queda dos juros, que reduz a atratividade dos investimentos atrelados à renda fixa. “Mas a mudança no perfil de investimentos não acontecerá de uma hora para outra”, diz Eduardo Castro, superintendente executivo de investimentos da Santander Asset Management. Ele destaca que a maior flexibilidade para diversificar os recursos é uma vantagem. No entanto, ele ainda enxerga espaço, em 2018, para ganhos com a estratégia adotada em boa parte dos fundos neste ano: o investimento em ativos prefixados, de curto e de médio prazos. Os especialistas também advertem para outro componente que deve estar no radar dos investidores. “O grande risco de 2018 é a questão eleitoral”, afirma Claudio Pires, diretor da Mongeral Aegon. Ele chama a atenção para o fato de que, até o momento, nenhum candidato com uma agenda liberal e de continuidade das políticas implementadas pelo governo do presidente Michel Temer estar bem posicionado nas pesquisas. “Se esse cenário não for revertido, provavelmente o mercado passará a ter uma gestão mais conservadora.”

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