A atuação da “pistolagem sob encomenda” e das “agromilícias” ocasionaram 35 assassinatos por conflitos no campo, no Brasil, em 2021. Somente nos estados da Amazônia Legal foram 28 assassinatos, 80% do total. Desse total, 33 pessoas eram homens e duas mulheres.

De acordo com dados do levantamento Conflitos no Campo Brasil 2021, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dentre estas ocorrências, duas correspondem a massacres, quando 3 ou mais pessoas foram assassinadas. Em 2022, ainda com dados parciais, a CPT já contabiliza 14 assassinatos em conflitos no campo.

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“Ocorreram 27 tentativas de assassinato e 132 ameaças de morte em decorrência destes conflitos. Além destes dados, foram registradas 75 agressões físicas com ferimentos diversos, um sem-número de intimidações e tentativas humilhantes de subjugação, e 13 ocorrências de tortura praticadas principalmente por agentes privados designados como ‘fazendeiros’”, diz a CPT, em nota.

Ao todo, 100 pessoas foram presas em 2021, um aumento de 45% em relação ao ano anterior. Quase metade dos presos em 2021, eram do estado de Rondônia. Rondônia foi o estado com o maior número de assassinatos, com 11 no total. Maranhão vem em seguida com 9 assassinatos, seguido de Roraima, Tocantins e Rio Grande do Sul, cada um com 3 assassinatos.

Dentre as vítimas, 10 eram indígenas, 9 sem-terras, 6 posseiros, 3 quilombolas, 2 assentados, 2 pequenos proprietários, 2 quebradeiras de coco babaçu e 1 aliado. Aumentou, ainda, o número de torturados, passando de 9 para 13, e de agredidos, que passou de 54 para 75.