Enquanto o mercado interno celebra a quebra histórica da barreira de consumo de vinhos, com 2,12 litros per capta em 2019, as exportações também animam os produtores brasileiros. Para a Miolo Wine Group, cujas vendas para o exterior cresceram 20% no ano passado, a meta em 2020 é dobrar o volume exportado. Parte da estratégia envolve países onde os rótulos da vinícola são os únicos representantes brasileiros.

A Rússia é um deles. Depois de um contrato celebrado em março de 2019 durante a mais importante feira do setor no mundo – a ProWein, em Düsseldorf (Alemanha), o país famoso pelo apreço à vodca começou a rebeber as primeiras garrafas de vinho do Brasil em dezembro passado.

Na Guatemala, que adquiriu 12 rótulos da Miolo, a receptividade tem sido tão boa que os pedidos já foram renovados quatro vezes em um ano.

Para a Nigéria, a primeira remessa ocorreu agora em fevereiro. Bélgica, Peru e Polônia estão entre os mercados que se converteram em clientes da marca recentemente.

Hoje, a Miolo exporta para 30 países – o Reino Unido é o principal mercado da marca, mas a posição vem sendo ameaçada pela China, onde 15 lojas comercializam os rótulos da vinícola, entre eles o Riqueza, exclusivo para exportação.

“O mundo provou e aprovou nossos produtos e este é um caminho sem volta e que só tende a crescer”, afirma o gerente de exportações da Miolo, Anderson Tirloni. “Seguimos engarrafando histórias e mostrando ao mundo que sabemos elaborar grandes vinhos. O reconhecimento é uma realidade”. O grupo é hoje o maior exportador de vinhos finos do Brasil.

Estande da Miolo na ProWein, em Düsseldorf, no ano passado. Presença na maior feira de vinhos do mundo gerou contratos inéditos
Estande da Miolo na ProWein, em Düsseldorf, no ano passado. Presença na maior feira de vinhos do mundo gerou contratos inéditos (Crédito:André Bezerra/Divulgação))