A Vila Isabel foi a quarta agremiação a desfilar na primeira noite de exibições das escolas do grupo de elite do Rio de Janeiro, na madrugada desta segunda-feira (27). Com o enredo “O Som da Cor”, a escola de Martinho da Vila contou a influência dos negros na música das Américas. O belo samba ajudou a contagiar as arquibancadas, mas a escola pecou em fantasias e alegorias – o acabamento ruim chamou atenção, inclusive no carro onde desfilou Martinho. Outro problema foi mecânico – um dos carros alegóricos espalhou óleo pela pista, fazendo com que a escola seguinte, o Salgueiro, solicitasse à organização uma limpeza cuidadosa antes de sua apresentação. Até serragem foi usada para absorver o óleo. Oitava colocada em 2016, a agremiação do bairro de Noel Rosa, na zona norte do Rio, não deve disputar o título.

O carnavalesco Alex de Souza, responsável pelo enredo, começou sua apresentação pela África, berço dos ritmos negros que mais tarde influenciariam a música americana. Depois seguiram-se referências a mambos, congas, rumbas, reggae, cumbia, tango, blues, jazz, soul, techno e outros ritmos desenvolvidos em países americanos que não o Brasil. Em seguida começaram os estilos musicais brasileiros influenciados pelos negros: calundu, axé, chorinho e, claro, o samba. A rainha da bateria, Sabrina Sato, usou fantasia que remetia ao funk, enquanto os ritmistas homenagearam o rap e o hip hop. Não faltaram perucas black power nem outros adereços típicos da cultura negra.

O sexto e último carro, chamado “Kizomba é a Vila”, tinha Martinho da Vila como personagem principal e usava elementos do desfile de 1988, quando a escola de Vila Isabel conquistou seu primeiro título com o enredo “Kizomba, a Festa da Raça”, para ilustrar a mistura de ritmos musicais promovida no Rio de Janeiro desde o período da escravidão.