Um vídeo de um homem que afirma ser filho do meio-irmão assassinado do líder norte-coreano, Kim Jong-Un, foi divulgado nesta quarta-feira na internet, em uma aparente primeira reação de um parente da vítima ao homicídio.

O serviço de inteligência sul-coreano confirmou que o indivíduo que aparece no vídeo, disponibilizado no YouTube por um grupo autodenominado Cheollima Civil Defense (CCD), é efetivamente Kim Han-Sol.

Seu pai, Kim Jong-Nam, foi assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur no mês passado por duas mulheres que aplicaram o agente nervoso VX. A Coreia do Sul afirma que o homicídio foi executado por Pyongyang.

“O homem é, de fato, Kim Han-Sol”, afirmou à AFP um porta-voz do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul, que não divulgou mais detalhes.

No vídeo, o homem afirma em inglês: “Meu nome é Kim Han-Sol, da Coreia do Norte, membro da família Kim”.

“Mataram meu pai há alguns dias. Atualmente estou com minha mãe e minha irmã. Estamos muito agradecidos por…”, completa, antes do áudio ser cortado e do movimento de seus lábios se tornar invisível.

Ele mostra seu passaporte diplomático norte-coreano para provar sua identidade, mas a página com os dados pessoais também aparece desfigurada digitalmente.

O vídeo de 40 segundos termina com as palavras: “Esperamos que as coisas melhorem em breve”.

Não há indícios sobre onde ou quando o vídeo foi gravado.

Han-Sol, de 21 anos, teria estudado no Instituto de Ciências Políticas de Paris e morou com os pais no território chinês de Macau, durante o exílio da família. Ele desapareceu com a mãe e a irmã após a morte do pai.

Na linha sucessória, Han-Sol poderia ser considerado uma figura rival no país governado por seu tio, o ditador Kim Jong-Un, onde os expurgos violentos são frequentes.

Em seu site, que surgiu no sábado na internet, o CCD indica que está protegendo a família de Kim Jong-Nam.

“O Cheollima Civil Defense respondeu no mês passado a um pedido de emergência de sobreviventes da família de Kim Jong-Nam para retirada e proteção. Os três membros da família foram contactados e levados para um local seguro”, anunciou o grupo.

“No passado, atendemos outras necessidades urgentes de proteção”, afirmou o CCD, antes de completar: “Esta será a primeira e última declaração sobre este tema particular e o paradeiro atual desta família não será mencionado”.

O grupo agradeceu aos “países pela assistência humanitária de emergência que nos ofereceram para proteger esta família”, citando Holanda, China e Estados Unidos, além de um quarto governo não especificado.