O presidente Michel Temer chegou nesta quinta-feira, 22, à Noruega, mas não demorou a virar assunto nas redes sociais. Após gafe do peemedebista ao chamar o monarca do país de “rei da Suécia”, críticas da primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, à corrupção no Brasil e protestos de ambientalistas contra Temer, sua viagem virou um dos temas mais comentados no Twitter nesta sexta-feira, 23.

Mesmo sem uma hashtag, o termo Noruega foi parar nos trending topics da rede social. Os internautas comentaram, principalmente, a confusão do presidente em relação ao monarca norueguês. “Primeiro a URSS, agora o Reino Unido da Noruega e Suécia. O necromante de impérios”, escreveu um. Ele não foi o único a lembrar outra gafe do governo, já que, nesta semana, o Palácio do Planalto publicou no site a agenda do presidente em “partida de Brasília para a República Socialista Federativa Soviética da Rússia”, quando o nome oficial do país é Federação da Rússia.

Na rede social, também não deixaram passar o protesto contra o presidente, que reuniu cerca de 40 pessoas. Grupos indígenas e organizações não governamentais europeias alertam que, diante do corte de recursos, a proteção ambiental e dos direitos indígenas deve sofrer. Um internauta escreveu “Até na Noruega”, já que também lá se pedia “Fora Temer” na manifestação. Outro comentou “Temer já é odiado até na Noruega”.

Depois de tantas críticas, a conta oficial do Palácio do Planalto no Twitter publicou uma foto de Temer em encontro com o monarca norueguês na manhã desta sexta-feira, acompanhada da legenda: “Presidente Michel Temer recebe os cumprimentos do rei Harald V, da Noruega”.

Em encontro com Temer, a primeira-ministra não poupou críticas à corrupção no País. “Estamos preocupados com a Lava Jato e é preciso fazer uma limpeza e encontrar uma solução”, disse a chefe-do-governo norueguês, que apontou que o Brasil vive um período “desafiados” e “turbulência”. Oslo investiga empresas locais que são suspeitas de terem feito pagamentos de propinas para ex-diretores da Petrobras, entre eles Jorge Zelada, da cota do PMDB dentro da estatal brasileira.

O presidente, porém, insistiu em dar um tom de normalidade. “As instituições funcionam com regularidade extraordinária e liberdade extraordinária”, disse. “A democracia é algo plantado formalmente pela Constituição e praticada na realidade”, insistiu. “Não é sem razão que as medidas tomadas são amparadas pela Constituição, prestigiadas e incentivadas pelo governo”, afirmou.

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, insistiu que não ouviu a primeira-ministra falar em Lava Jato e disse que o governo respeita sua opinião. “É o pensamento dela”. Imbassahy disse, ainda, que Temer está “sereno” diante de uma eventual denuncia por parte do Ministério Público.