O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) aprovou anteontem resolução que proíbe registro a alunos egressos de graduações com mais de 20% das aulas a distância. No País, 13 universidades têm aval para oferecer curso online, mas só três já têm turmas iniciadas, segundo informações do Ministério da Educação (MEC).

Sem registro do conselho, o formado fica impedido de exercer a profissão. A resolução deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. Por ano, são entregues cerca de 8,5 mil registros a novos profissionais.

Presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida diz que o curso demanda várias atividades práticas e de campo, como cirurgia e análise laboratorial, entre outras operacionais e de manejo técnico, cuja aprendizagem se dá presencialmente. Além disso, afirma, o aluno recebe treinamento para identificar queixas de pacientes que não se comunicam verbalmente.

Ainda de acordo com a nova regra, veterinários que lecionarem e contribuírem para a oferta de cursos a distância estarão sujeitos à responsabilização ético-disciplinar.

A Universidade Brasil é uma das que oferecem o curso semipresencial em Capanema e Tucuruí, no Pará, com dois encontros presenciais por semana. O curso da instituição custa R$ 1.398 mensais, com duração de cinco anos.

Em nota, a Universidade Brasil informou que a resolução é arbitrária. “Estamos caminhando para uma educação semipresencial no mundo e qualquer curso é perfeitamente possível trabalhar nesse modelo. Isso é comprovado pedagogicamente e academicamente”.

Procurado, o MEC não se manifestou até as 20 horas de ontem. A decisão do Conselho de Veterinária tem sido a saída de outras entidades de classe, principalmente da área da saúde, contra o aumento de cursos a distância. Em janeiro, o Conselho Federal de Odontologia vetou a inscrição e o registro de egressos de cursos 100% a distância. Este mês, o Conselho Federal de Farmácia proibiu registros para os cursos online. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.