O governo venezuelano ameaçou nesta terça-feira levar ao Tribunal Penal Internacional (TPI) sua disputa com o Banco da Inglaterra, que processou na justiça britânica para devolver o ouro que depositou em seus cofres.

“Nesta quinta-feira haverá uma audiência nos tribunais ingleses, esperamos a maior adesão desses tribunais à legalidade. O Banco da Inglaterra só pode atuar como custodiante”, disse a vice-presidente venezuelano Delcy Rodríguez na televisão estatal, garantindo que o bloqueio do ouro dificulta as políticas de controle da COVID-19.

Isso, disse segundo ela, levaria a crimes contra a “humanidade” que “competem” ao TPI.

O escritório de advocacia Zaiwalla & Co anunciou na quinta-feira passada que recebeu instruções do conselho do Banco Central da Venezuela (BCV) para emitir uma ação contra o Banco da Inglaterra (BoE), a fim de “devolver US$ 1 bilhão” de suas reservas de ouro.

O BCV pediu em abril que o ouro fosse transferido para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), segundo o escritório de advocacia com sede em Londres.

No entanto, acrescenta a empresa, o BoE “recusou” argumentando que “não reconhece a autoridade da atual administração do BCV e do governo” de Nicolás Maduro.

O Reino Unido faz parte dos cinquenta países que reconhecem o líder parlamentar da oposição Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

“O que você é depositário, o que você faz é economizar ouro, limitar-se a cumprir sua tarefa e limitar-se a cumprir as ordens de seus clientes”, disse Rodríguez, referindo-se ao Banco da Inglaterra.