O governo da Venezuela considerou nesta segunda-feira que não há mais dúvidas sobre os planos de Washington para derrubar o presidente Nicolás Maduro, após uma reunião entre funcionários americanos e militares venezuelanos revelada pelo jornal “The New York Times”.

A revelação do New York Times e as preocupações manifestadas pelos governos de Brasil e Colômbia fazem parte desta “campanha internacional mundial de difamação para justificar que na Venezuela se dê algum evento extraordinário fora da Constituição: um golpe de Estado como denuncia o New York Times”, disse Maduro a jornalistas.

“Confissão das partes, provas. Quantas vezes o presidente Nicolás Maduro denunciou (…) a ação ‘ingerencista’, brutal, criminosa dos fatores imperiais contra a Venezuela! O New York Times disse” – assinalou em entrevista coletiva o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez.

O funcionário destacou que os meios de comunicação internacionais “minimizam” as denúncias do governo socialista e que as informação sobre uma a crise humanitária na Venezuela motivada por uma crise econômica são montagens para justificar uma “agressão” dos Estados Unidos.

“Tentaram instalar um expediente de crise humanitária (…). É evidente, é óbvio que a intenção foi intensificar a agressão de diferentes formas que o governo dos Estados Unidos vem desenvolvendo”, declarou o ministro.

O New York Times informou neste final de semana que diplomatas americanos se reuniram várias vezes secretamente com militares venezuelanos que planejavam um golpe contra Maduro.

As reuniões incluíram um ex-comandante militar venezuelano que aparece na lista de sancionados pelo governo americano.

Mas os Estados Unidos não deram qualquer apoio material aos dissidentes apesar de seus pedidos, e os planos de um golpe fracassaram após a recente prisão de dezenas de militares rebeldes, apontou o NYT.

Em certa ocasião, o presidente Donald Trump declarou que os Estados Unidos tinham “uma opção militar” na Venezuela, o que foi condenado por aliados americanos na América Latina.

O governo venezuelano convocou uma marcha para terça-feira contra “o imperialismo”, e vinculou as reuniões secretas entre militares dissidentes e diplomatas americanos ao frustrado atentado com drone contra Maduro em 4 de agosto em um desfile militar.

A ONU afirma que 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país desde que este entrou em crise em 2014, em meio a uma severa escassez de alimentos e medicamentos.