Os supermercados brasileiros registraram crescimento real de vendas de 4,58% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, conforme o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O resultado desconta a inflação do período, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No acumulado do ano até setembro, as vendas reais registram alta de 1,11% ante igual período do ano anterior.

Em termos nominais, sem descontar a inflação, a alta na vendas foi de 7,25% em setembro ante igual mês de 2016. No acumulado do ano, as vendas nominais apresentam alta de 4,84%.

A Abras manteve em 1,5% a expectativa de crescimento de vendas reais para o ano 2017.

Projeções de Natal

Os supermercados esperam um crescimento nominal de 8,34% nas vendas de final de ano em 2017 na comparação com o ano anterior, segundo dados da Pesquisa de Natal da Abras. Em termos reais, descontando-se a inflação, a expectativa é de crescimento de 0,27%.

O ânimo dos supermercadistas este ano está um pouco menor do que em 2016. No ano passado, a expectativa era de alta de 0,67% em termos reais. Considerando-se as vendas sazonais e não sazonais, o mês de dezembro do ano passado terminou registrando aumento real de 2,23% nas vendas.

A avaliação da Abras é que a maioria dos empresários do setor está cauteloso com as vendas de final de ano, embora tenha havido um aumento no número de empresários otimistas.

Em 2017, 54% dos supermercadistas entrevistados na pesquisa projetam estabilidade nas compras junto às indústrias e fornecedores, e 24% estão mais otimistas, e acreditam em vendas superiores em relação a 2016. No ano passado, esse porcentual que acreditava no crescimento de vendas era de 16%.

Assim como no ano passado, as projeções dos supermercados indicam um Natal mais econômico para as famílias brasileiras. A expectativa é de que as vendas sejam maiores em categorias de produtos mais baratos, como frango e cerveja, ao mesmo tempo em que a expectativa é de queda em termos reais nas vendas de itens mais caros, como aves natalinas.

“O momento político e econômico ainda gera incertezas na população, que segue cautelosa em relação ao consumo, priorizando produtos mais baratos e de menor valor agregado. A retomada do crescimento não veio como gostaríamos em 2017”, disse em nota o presidente da Abras, João Sanzovo Neto.

Apesar de alguns segmentos de consumo já apresentarem crescimento de vendas mais acelerado no Brasil – caso de bens discricionários como eletroeletrônicos – os supermercados ainda não enxergaram uma recuperação no volume de produtos vendidos. Dados da Nielsen apresentados pela Abras apontam que o setor acumula queda de 5,2% nas vendas em volume no ano até junho.

A avaliação de empresários tem sido que o recuo nos preços de alimentos ainda não foi percebido por consumidores, os quais seguem racionalizando os gastos com alimentação dentro do lar.