As vendas do comércio varejista recuaram 1,3% em setembro, na comparação com agosto. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

A queda é a segunda consecutiva para o índice no ano. Já o varejo ampliado, que inclui automóveis e materiais de construção, apresentou queda de 1,1% em setembro, na comparação com agosto.

O economista Paulo Gala, mestre e doutor em economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, comenta sobre o dado:

“É uma queda maior do que se imaginava, as expectativas eram de uma queda de 0,6% e tivemos 1,3% em setembro com relação a agosto. Um dado muito ruim.”

A retração já se configurou como a maior para o mês desde 2000. É uma retração menor do que a registrada no mês passado, quando houve queda de 4,3%, conforme revisão divulgada hoje. Os dados refletem um cenário preocupante para o país.

“Estamos com três meses de queda na produção industrial e agora o varejo também vem dando sinal de fraqueza, bem maior do que se imaginava, além do PIB do terceiro trimestre que está indo para zero também, se é que não vai cair”, comenta Paulo Gala.

gráfico demonstra variação do índice de volume de vendas no varejo de janeiro de 2003 a setembro de 2021 Fonte: xxxxxx

O economista complementa: “No geral, a maioria das categorias estão apresentando queda. Esse dado deve colocar ainda mais pressão para o mercado reajustar para baixo o crescimento do PIB em 2021 e 2022.”

“A queda, por exemplo, do varejo de setembro de 2021 contra setembro de 2020 foi de mais de 5%. Então os dados mostram que a recuperação já acabou, já voltamos ao nível de relativa estagnação anterior que estávamos e o desafio fica cada vez maior. Agora, com a carga dos juros, com a política monetária contracionista, tende a ficar ainda mais pesado”, finaliza Paulo Gala.