O mercado imobiliário na cidade de São Paulo iniciou o ano com um forte crescimento nas vendas e nas ofertas de novos empreendimentos, de acordo com pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). As vendas de imóveis residenciais novos atingiram 1.692 unidades, o que representa um aumento de 172% em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando as vendas ficaram em 622 unidades.

Já no acumulado dos últimos 12 meses (de fevereiro de 2017 a janeiro de 2018), as vendas totalizaram 24.699 unidades, crescimento de 55,9% em comparação com os 12 meses anteriores (de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017).

Por sua vez, os lançamentos de novos projetos corresponderam a 748 unidades em janeiro, um aumento de 1.338% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram lançadas apenas 52 unidades. Na análise de 12 meses, os lançamentos totalizaram 29.353 unidades, expansão de 60,7%.

Apesar da base fraca de comparação – um vez que o começo do último ano foi um dos períodos de menor atividade já registrados – a pesquisa indica que há, sim, uma recuperação em andamento.

“Ao olharmos os números acumulados ao longo do ano, é possível constatar esse crescimento. O movimento é ascendente”, afirma o presidente do Secovi-SP, Flávio Amary.

Na sua avaliação, o setor tem se beneficiado de um cenário melhor da economia brasileira, com juros e inflação sob controle, interrupção do aumento do desemprego e, principalmente, maior confiança dos consumidores em fechar negócios. “O ponto mais importante, sem dúvidas, é o crescimento da confiança”, frisou Amary.

Por outro lado, o presidente da entidade criticou que as taxas de juros do crédito imobiliário estejam demorando a recuar, apesar dos cortes mais profundos na taxa básica da economia (Selic). “O crédito imobiliário ainda é um problema. Ainda não veio a esperada redução do spread bancário”, afirmou, referindo-se à diferença entre o custo de captação do dinheiro pelos bancos e o valor cobrado dos empréstimos aos consumidores.

A pesquisa do Secovi-SP mostrou ainda que os imóveis com preços inferiores a R$ 240 mil foram o destaque do mercado, representando 82% dos lançamentos e 57% das vendas em janeiro. A grande maioria desses projetos está enquadrada no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que concentra a maior demanda do mercado e conta com financiamento a taxas menores.

No fim de janeiro, o estoque de imóveis disponíveis para venda (considerando unidades na planta, em obras e recém-construídas) ficou em 21 mil unidades, redução de 4,7% ante dezembro, quando estava em 23,4 mil unidades.