O mercado editorial no Brasil faturou 5,2 bilhões de reais no ano passado, uma queda de 8,8% face a 2019 causada, em parte, pela pandemia de covid-19, segundo um estudo hoje divulgado nesta terça-feira (25)  pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). O estudo indica que a diminuição na comercialização de livros foi ligeiramente superior à registada pelo Brasil em 2019, quando o mercado editorial caiu 6,21%.

Os números no vermelho refletem o impacto causado pelo novo coronavírus no setor, que obrigou ao encerramento temporário de lojas físicas no país, mas reativou o mercado virtual, evitando um retrocesso maior. De acordo com o estudo, as livrarias exclusivamente virtuais tiveram um aumento de 84% na participação das receitas das editoras, com uma faturação de 923,4 milhões de reais em 2020.

O mesmo não aconteceu com as livrarias físicas, que no ano passado viram a sua participação reduzida em 32% face às vendas de 2019. Entre os gêneros, o de obras gerais foi o único que registou aumento nominal nas receitas por vendas ao mercado, devido ao fortalecimento da leitura como opção de entretenimento durante a pandemia. Esta categoria encerrou 2020 com um faturamento de 1,3 bilhões de reais, num crescimento de 3,8% em relação a 2019.

Os livros sobre temas religiosos foram os mais afetados no ano passado, com queda de 14,2% frente a 2019, seguidos dos textos didáticos (-10,9%) e dos textos científicos, técnicos e profissionais (-6,7%). Em 2020, as editoras brasileiras produziram um total de 46 mil títulos, dos quais 24% foram lançamentos e os 76% restantes foram reimpressões.

De acordo com o estudo, realizado pela Nielsen Book, sob coordenação da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do SNEL, o número de lançamentos no ano passado caiu 17,4% em relação a 2019.