As dificuldades do setor automobilísticos enfrentadas em 2018 devem se acentuar nos próximos meses. A China, o principal mercado do segmento no mundo, registrou retração de 18% nas vendas de carros em janeiro, segundo a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. Este é o sétimo mês consecutivo que os índices caem no gigante asiático, publicou a CNN.

Para analistas, o cenário é um reflexo da iminente desaceleração na segunda maior economia global após décadas crescimento e a retirada de subsídios para as montadoras. Além dos problemas internos, o país se envolveu em uma ruidosa guerra comercial com os Estados Unidos, que ainda está longe de ter uma definição.

A GM parece ter sido a mais prejudicada pelo momento atual: a montadora registrou queda de 10% no mercado chinês em 2018, em comparação com o ano anterior. A marca espera reverter o quadro com o lançamento de 20 novos modelos no país asiático e investimentos em carros elétricos. A Ford também anunciou forte baixa, com redução de mais de um terço nas vendas no mercado chinês no último ano.

Até marcas que conseguiram se blindar da crise de 2018 estão sofrendo neste início de novo ano. Na contramão das rivais, a Volkswagen registrou lucro recorde na China no ano passado, mas a situação mudou e a montadora teve redução de 3% em janeiro.

A queda no segmento automotivo pode ficar ainda mais crítica caso o presidente dos EUA, Donald Trump, crie barreiras tarifárias para carros importados e autopeças, conforme recomendação do Departamento de Comércio do país. Para associações que representam o segmento, a medida adicionaria milhares de dólares aos custos dos veículos e provocaria uma onda de desemprego.