SÃO PAULO (Reuters) – A comercialização de café do Brasil alcançou até o dia 7 de junho 33% da produção esperada para a temporada 2022/23, que está sendo colhida, avanço de 2 pontos percentuais em relação ao mês anterior, disse a consultoria Safras & Mercado nesta sexta-feira.

Segundo o levantamento, o percentual de vendas é inferior aos 40% vistos em igual período do ano passado, mas está acima da média dos últimos anos para o período (29%).

Considerando uma produção estimada em 61,1 milhões de sacas, a consultoria acredita que 20,22 milhões de sacas tenham sido negociadas pelos cafeicultores do país.

“O fato é que o produtor mais capitalizado, e já com um percentual mais alto comprometido da safra 2022, encurtou bastante a mão (reduziu ritmo de vendas). A demanda externa também está menos afoita”, disse em nota o consultor da Safras Gil Barabach.

A colheita de café do Brasil já aconteceu em cerca de um quarto da área cultivada no país, com algum atraso ante a média histórica para período, informou a Safras na véspera.

Ele disse que mesmo com o início da colheita, esta postura mais cautelosa do produtor, que já ocorria anteriormente, manteve-se.

“E os preços, depois do tombo de fevereiro, andam, praticamente, de lado no físico interno”, acrescentou.

Na temporada passada, a produção era menor e o fluxo de venda antecipada ganhou mais intensidade a partir do mês de abril e maio, lembrou o especialista.

A consultoria ainda informou que as vendas de café arábica alcançaram 36% do potencial produtivo. Em igual período do ano passado, o volume negociado estava em 43% e a média dos últimos cinco anos é de 30%.

“As ideias (projeções) da safra de arábica brasileira 2022 oscilaram muito ao longo do ciclo produtivo, o que dificultou a estratégia de venda antecipada”, afirmou a consultoria sobre a variedade que sofreu maiores impactos climáticos no ano passado, que geraram incertezas sobre o volume de produção para este ano. 

    As vendas da safra 2022 de conilon giram em torno de 28% da produção esperada, abaixo dos 34% em igual período do ano passado, mas acima da média histórica de 27% da produção.

(Por Nayara Figueiredo)

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