O mercado de veículos novos decepcionou mais uma vez e terminou janeiro com queda de 5,18% em relação a igual mês do ano passado, informou nesta quarta-feira, 1, a Fenabrave, associação que representa as concessionárias. Foram 147.229 unidades vendidas no primeiro mês de 2017, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o menor volume para meses de janeiro desde 2006.

O resultado representa uma frustração para as montadoras. No último dia 17, o presidente da Anfavea, Antonio Megale, havia dito que estava esperando que janeiro de 2017 “fosse um pouco melhor” do que janeiro de 2016. O setor coleciona 25 meses seguidos sem crescimento nas vendas na comparação interanual (o resultado do mês de um ano contra igual mês do ano anterior).

O dado torna-se ainda mais decepcionante quando se observa que janeiro de 2017 teve dois dias úteis a mais do que janeiro de 2016, e mesmo assim houve retração nas vendas. Na média diária, o mercado de veículos novos recuou 13,8% no primeiro mês de 2017 em relação ao primeiro mês do ano passado. Trata-se de um fraco começo de ano, uma vez que a Anfavea espera terminar 2017 com crescimento de 4%, depois de quatro anos seguidos de retração.

Em relação a dezembro de 2016, as vendas em janeiro apresentam queda ainda mais forte, de 27,9%. Um desempenho pior nesta comparação, no entanto, já era esperado pelo setor, uma vez que dezembro é tradicionalmente o mês mais aquecido do ano, em razão do Natal e da injeção do 13º salário, e janeiro costuma ser de baixa demanda, por causa de despesas como material escolar, IPTU e IPVA.

Por segmento

Os automóveis e comerciais leves, que representam a maior fatia do mercado de veículos, tiveram queda de 4,07% nas vendas em janeiro ante igual mês do ano passado, para 143.582 unidades. Na comparação com dezembro, houve retração de 27,8%.

Entre os caminhões, o recuo foi de 32,3% em janeiro ante janeiro de 2016, para 2.940 unidades. Em relação a dezembro, os emplacamentos caíram 33,8%. No caso dos ônibus, as vendas tiveram contração de 43,6% no primeiro mês de 2017 sobre o resultado de igual mês do ano passado, para 707 unidades. Ante o volume de dezembro, a retração foi de 23,7%.