SÃO PAULO (Reuters) – Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em fevereiro sofreram forte queda sobre o mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela associação de concessionários, Fenabrave.

A entidade apurou vendas de 129.276 veículos novos no mês passado, alta de 2,2% ante janeiro, mas recuo de 22,75% sobre um ano antes.

A Fenabrave afirmou ainda que diante de eventuais impactos da guerra na Ucrânia sobre o fornecimento de peças, preços de combustíveis e setor agrícola fará revisão nas projeções para 2022 no final de março, devendo divulgar “possíveis ajustes” no início de abril.

No começo de janeiro, a Fenabrave divulgou projeção de que as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em 2022 devem subir 4,6%, para 2,216 milhões de unidades.

A primeira expectativa da entidade para o setor foi feita após um 2021 em que os emplacamentos de veículos no país cresceram cerca de 3%, para 2,119 milhões de unidades, bem abaixo das projeções iniciais da indústria divulgadas quando a crise de fornecimento de peças e novas ondas de Covid-19 ainda não tinham atingido o setor.

Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, as vendas de carros cresceram 5,8% ante janeiro, mas caíram 23,8% frente a fevereiro de 2021. Já as de comerciais leves, categoria formada por picapes, utilitários esportivos (SUVs) e vans, mostraram baixas de 7,3% e 25%, nas comparações mensal e anual, respectivamente.

Os emplacamentos de caminhões recuaram 6,5% ante janeiro, mas cresceram 3,2% ante fevereiro do ano passado, a 7.961 unidades. O segmento de ônibus segue em crise, com tombos de 17,9%, na base mensal, e 21,4%, anualmente.

“Vivemos, ainda, um momento complexo para o setor, no qual muitos têm enfrentado dificuldades para conseguir crédito, além de persistir a escassez de produtos em muitas categorias de veículos, em função da falta de insumos e componentes. Isso freia o avanço das vendas”, disse o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Jr, em comunicado à imprensa.

“Acreditamos que, com a diminuição do IPI…o mercado de veículos poderá ser favorecido”, acrescentou, se referindo à redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25% publicada pelo governo federal no Diário Oficial da União na semana passada.

(Por Alberto Alerigi Jr.; edição de André Romani)