As vendas de imóveis na cidade de São Paulo cresceram 20,8% no acumulado de janeiro a agosto frente ao mesmo período de 2016. Ao todo, foram 10.991 unidades comercializadas no período, segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), na Pesquisa do Mercado Imobiliário, que será divulgada hoje.

De julho para agosto, a entidade apurou um aumento de 50,6% no número de imóveis vendidos. O destaque no mês foi a venda de imóveis pequenos e baratos, com 863 unidades de um dormitório comercializadas. “Com a exceção de alguns apartamentos, nosso mercado é feito por quem está comprando a primeira moradia ou que vê no imóvel um ativo”, conta o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. Segundo ele, parte dessa demanda é financiada pelo programa Minha Casa, Minha Vida nas faixas 2 e 3, que abrange unidades de R$ 180 a R$ 240 mil.

As unidades maiores também sinalizam uma retomada. De acordo com o levantamento do Secovi, os imóveis residenciais de quatro ou mais dormitórios registraram 113 unidades lançadas e vendas de 98 unidades. Para Petrucci, o incremento nas vendas de maior metragem surpreende, já que nos últimos anos a demanda ficou concentrada em um e dois dormitórios.

Projeção

Apesar da alta acumulada de 20% até agosto, o economista-chefe do Secovi mantém a previsão de avanço dos lançamentos e vendas em 10% para o ano. “Temos essa alta (atual) nas vendas, mas a base de comparação com o ano passado ainda é fraca”, explica.

A melhora dos números do setor, acrescenta Petrucci, também reflete um certo descolamento do mercado do cenário político. No ano passado, o impeachment de Dilma Rousseff em agosto, levou o mercado imobiliário a um dos piores desempenhos da série histórica.

Por isso mesmo, com a base deteriorada, na comparação com agosto passado as vendas dispararam 73% em igual período de 2017. O último ano também marcou o recorde de baixa na comercialização, conforme a série iniciada pelo Secovi em 2004.

O número de lançamentos na capital também está em trajetória de alta com volume 11,7% maior no acumulado de janeiro a agosto, totalizando 9.215 unidades residenciais. “Ficamos muitos meses sem lançamentos voltados para a classe média e alta, porque houve pouca aderência nesse segmento nos últimos dois anos”, diz o economista.

Já o estoque (unidades lançadas e não comercializadas) ficou em 19.630 unidades em agosto. Segundo Petrucci, o pico de estoque foi de 27 mil unidades e o nível atual não preocupa, já que a tendência é de baixa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.