Na semana passada, a cidade do Rio de Janeiro foi invadida pela nata mundial do petróleo. Ministros de diferentes países, executivos das maiores companhias e até príncipes do Oriente Médio se encontraram no 17.º Congresso Mundial de Petróleo. Mais do que discutir o futuro do combustível que move o mundo, eles vieram para o Brasil fazer grandes negócios. Isso significa que em breve uma quantidade enorme de petrodólares deverá aportar por aqui. Estimativas da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) apontam que a produção de petróleo e gás no País deve dobrar em um prazo de cinco anos. Para isso, serão aplicados no Brasil US$ 80 bilhões em investimentos. E mal o evento carioca abriu suas portas para que uma amostra desses empreendimentos despontasse. Veja alguns exemplos: A venezuelana PDVSA anunciou que vai distribuir combustíveis e lubrificantes no Norte e Nordeste do Brasil. A Shell pretende investir em refino. Já a Saudi Aramco, a maior petrolífera do mundo, procura parceiros no País. A russa Lukoil prepara-se para entrar no mercado nacional. A inglesa Rolls-Royce fechou um contrato de US$ 6 milhões para desenvolver uma embarcação de apoio a plataformas de petróleo no Brasil. E a Conoco Phillips, dos EUA, quer investir US$ 20 milhões em exploração e produção de petróleo e gás. ?Sempre houve interesse da PDVSA no Brasil e tudo melhorou com a abertura do mercado?, disse à DINHEIRO Alí Rodríguez Araque, presidente da empresa e secretário-geral da Opep. ?Somos uma empresa que procura novas oportunidades. O Brasil pode ser uma delas?, disse o princípe saudita Abdallah Jum?ah, presidente da Aramco. 

Vários países também encaram o Brasil como uma chance de ampliar seus negócios no setor de energia. O Canadá trouxe uma comitiva de 200 representantes. Murray Smith, ministro de Energia da Província de Alberta, calculava que a expectativa dos investimentos no País gira em torno de US$ 350 milhões. Outro promissor parceiro brasileiro é a Índia. Os dois países estão assinando um acordo sobre a utilização da tecnologia 100% brasileira de fabricação do álcool anidro. A Índia quer misturar o combustível ao diesel, que movimenta 80% da frota indiana de veículos. ?Brasil e Índia são grandes, emergentes e têm um grande futuro juntos na área de energia?, disse à DINHEIRO o ministro indiano Ram Naik. Para os estrangeiros, o único problema é a falta de clareza nas regras do setor. ?Estamos interessados em reaquecer os investimentos, mas precisamos de sinais do governo brasileiro para isso?, diz o ministro britânico Brian Wilson. É o preço dos petrodólares.