Pouco menos de um ano desde que a Covid-19 foi declarada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, não há tratamento 100% viável para tratar casos graves e com risco de vida.

Embora o fornecimento de vacinas para gerar resistência imunológica tenha crescido, vários medicamentos têm tentado atender à necessidade de tratamento para os casos existentes. Medicamentos como dexametasona, hidroxicloriquina e remdisivir tentaram fazer isso, com vários graus de sucesso e insucessos.

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O uso de dexametasona, originalmente usado como um antiinflamatório e imunossupressor para o tratamento de doenças autoimunes, como a artrite reumatóide, é recomendado para o tratamento contra Covid-19. Conclusões preliminares da OMS publicadas em outubro de 2020 indicam que é eficaz na redução da mortalidade em até um terço em pacientes com ventilação assistida.

O caso oposto é o da hidroxicloroquina, um medicamento projetado para o tratamento da malária e da malária. No último relatório da OMS sobre o assunto, afirma-se que não há benefícios substanciais desse medicamento como terapia contra o Covid-19. E mais, aponta os efeitos colaterais potencialmente perigosos para pacientes com esta doença.

A viabilidade do remdisivir, originalmente desenvolvido para hepatite C, como um tratamento antiviral para Covid-19 ainda é incerta. Embora cerca de 50 agências nacionais, incluindo a Comissão Federal para a Proteção contra Riscos Sanitários (Cofepris) no México, tenham aprovado seu uso de emergência, a OMS emitiu uma recomendação condicional para não fazê-lo. Parte do estudo Solidarity, lançado pela OMS, com 7 mil pacientes mostraram que esse medicamento não tem efeito significativo sobre a mortalidade e gravidade da doença.

Em 2 de março de 2021, a empresa francesa de biotecnologia Abivax anunciou que iniciará a fase de pesquisa clínica de um novo medicamento conhecido como ABX464. Este medicamento com ação antiviral, antiinflamatória e reparadora de tecidos tem comprovado sua eficácia no tratamento de inflamações causadas pela colite ulcerosa. Por meio do estudo miR-AGE, que conta com a participação do México e a aprovação do Cofepris, eles avaliarão a viabilidade do ABX464 como um tratamento antiinflamatório em pacientes graves com Covid-19.

Desde sua aparição em Wuhan no final de 2019, a Covid-19 já infectou mais de 114 bilhões de pessoas e ceifou 2.544.000 vidas em todo o mundo, de acordo com números da Universidade Johns Hopkins. Com uma parte significativa dos esforços globais voltados para a prevenção e imunização contra o vírus, existem relativamente poucas opções farmacológicas para pacientes já infectados. Porém, ainda é necessário encontrar soluções voltadas para a melhoria das taxas de recuperação desses pacientes, bem como das internações.