Três estudos publicados na edição desta semana da revista Science trazem a primeira compilação das observações sísmicas de Marte, feitas pela sonda InSight, da NASA. Esses estudos são os primeiros a mapear o interior de um planeta além da Terra.

A sonda InSight da NASA (plantada em Marte em 2018) ficou dois anos pesquisando aquela estrutura e todas as entranhas invisíveis da ‘terra dos alienígenas’.

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Um mês após chegar lá, usou seu braço robótico para instalar um sismômetro muito pequeno na superfície e captar os marsquakes (vibrações sísmicas dentro do planeta, assim como os terremotos na Terra).

“Ao contrário da Terra, o misterioso interior de Marte não tem placas tectônicas; sua crosta é como uma placa gigante”, escreveram pesquisadores da NASA. “Mas falhas, ou fraturas de rocha, ainda se formam na crosta devido a tensões causadas pelo ligeiro encolhimento do planeta à medida que esfria”, afirmaram.

As fraturas tendem a resultar em vibrações sísmicas, sendo que apenas nos últimos dois anos, a sonda espacial detectou 733 delas. Com equipamentos de alta tecnologia, os pesquisadores calcularam a velocidade e distância em que as ondas viajam dentro do planeta. Sendo assim, mapearam as estruturas do interior de Marte.

Do que é composto o interior de Marte?

Marte é composto por três camadas: crosta, manto e núcleo, mas as composições e tamanhos dessas camadas são diferentes, se comparadas com a da Terra. A crosta, por exemplo, mede de 20 a 37 quilômetros de profundidade, mais fina que os pesquisadores cogitavam, e contém duas ou três subcamadas.

Ainda no interior de Marte, abaixo da crosta está o manto, que se estende por consideráveis 1.560 quilômetros abaixo da superfície. Logo após, o núcleo gigantesco dá sinal de vida, ele começa a meio caminho entre a superfície e o centro do planeta marciano.

Os cientistas não conseguem apontar se Marte possui um núcleo interno sólido, mas as informações colhidas com ‘pouco tempo de estudo’ é um grande feito. “Os cientistas levaram centenas de anos para medir o núcleo da Terra. Ou seja, estamos na frente”, disse Simon Stähler, principal autor de um dos novos artigos e professor de ciências da Terra na universidade suíça de pesquisa ETH Zurich. “Depois das missões Apollo, eles levaram 40 anos para medir o núcleo da lua. O InSight levou apenas dois anos para medir o núcleo de Marte”, concluiu ele.

Com certeza muitas outras descobertas serão feitas sobre o interior de Marte, enquanto isso, cada avanço é importante para entendermos a grandiosidade do universo!