IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e material escolar são algumas das despesas extras que chegam todo início de ano. O ideal, dizem os especialistas, é guardar todo mês um pouquinho do salário para não se apertar quando essas contas chegarem. Mas isso nem sempre é possível.

Com a pandemia da covid-19, que levou ao fechamento de empresas e ao desemprego, o pagamento dessas despesas de início de ano é ainda mais desafiador. “Se você tem uma boa reserva financeira, o melhor é pagar as contas à vista, mesmo sendo pouco o desconto, nenhuma aplicação de renda fixa compensa o valor”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos, alertando que este será um ano também muito difícil do ponto de vista financeiro, portanto, manter reserva para poder se manter em caso de desemprego é fundamental.

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“Hoje a renda fixa está pagando muito pouco e quem já está com dívida, compensa tirar da aplicação para pagar a dívida”, diz o economista Luciano Simões.

Agora, a situação fica complicada mesmo para quem está com dificuldade até mesmo de pagar os impostos e material escolar parcelados. “Primeiro passo é verificar qual o seu orçamento familiar, o que é possível cortar e se é possível aumentar a renda com alguma atividade extra”, diz.

Se mesmo assim as contas não fecharem, o próximo passo é avaliar cada situação. “Não pagar o IPVA pode te render multas e sem quitar o IPTU seu imóvel pode até ir para leilão”, alerta o consultor.

Ele sugere que se você realmente não tem recursos para o parcelamento oferecido (3 vezes para o IPVA e 10 para o IPTU), uma alternativa é deixar vencer e tentar negociar um prazo mais longo de pagamento com os órgãos públicos.

Em último caso, recorrer a empréstimos em instituições financeiras também é uma alternativa. Neste caso, é importante que o trabalhador verifique as taxas, prazo e condições de pagamento. Também é importante avaliar o orçamento familiar com cuidado para evitar que este seja mais um valor que você não consiga arcar lá na frente.

“Uma pessoa endividada com emprego tem que identificar a capacidade de pagamento, fazer a conta do que gasta e ganha. Tem que buscar empréstimo que caiba dentro do valor que vai sobrar depois do pagamento de todas as contas para evitar um novo endividamento”, alerta Simões. “Já o desempregado não tem como buscar empréstimo. O primeiro passo é tentar buscar uma ocupação, ainda que informal, para conseguir fazer o mesmo processo que os endividados para a busca de empréstimo”, complementa.

A troca de uma dívida mais cara por outra mais barata também é aconselhável. “É importante identificar o valor dos juros e o valor da sua dívida em juros também para ver se vale a pena”, diz Simões.

Na linha de crédito pessoal, o banco Itaú, por exemplo, oferece carência de até 90 dias e prazos de até 60 meses para pagamento, com taxas de juros a partir de 1,37%.

Aposentados e pensionistas, trabalhadores assalariados e servidores públicos podem optar ainda pelo crédito consignado: esta modalidade é permitida para clientes funcionários de empresas (públicas ou privadas). As taxas variam entre 0,88% ao mês até 1,08%, com prazos que vão de 2 a 96 meses.

Além do crédito pessoal e consignado, os clientes que recebem salário no Banco do Brasil podem antecipar até 80% do valor estimado de 13º salário, em uma ou duas parcelas, a depender da forma de pagamento definida pelo empregador. A cobrança do empréstimo ocorre na data prevista para recebimento do 13º salário ou no vencimento final da operação, o que ocorrer primeiro. As taxas são definidas conforme perfil do cliente.