Conheças as principais datas desde a chegada ao poder de Recep Tayyip Erdogan na Turquia, onde, neste domingo (24), são realizadas eleições presidenciais e legislativas.

– Os primeiros anos –

Em 2002, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamoconservador), cofundado por Recep Tayyip Erdogan, consegue uma vitória esmagadora nas legislativas. Em 2003, Erdogan é nomeado primeiro-ministro.

Em 2005, as autoridades obtêm a abertura das negociações de adesão à União Europeia. Entre 2002 e 2004, Ancara adotou reformas políticas e econômicas, aprovou a abolição da pena de morte e autorização a língua curda na televisão pública. Ainda assim, as negociações ficam estagnadas por anos.

Em agosto de 2007, o Parlamento nomeia Abdullah Gül presidente. É o primeiro responsável do movimento islamita a chegar à magistratura suprema da Turquia, um Estado laico fundado por Mustafa Kemal Atatürk.

– Praça Taksim –

Em 31 de maio de 2013, as forças de segurança desalojam com jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo centenas de pessoas que acampam perto da Praça Taksim de Istambul contra um projeto de remodelação urbana.

Durante três semanas, 2,5 milhões de pessoas se manifestam para exigir a saída de Erdogan, acusado de ter uma tendência autoritária e de querer “islamizar” a sociedade turca.

– Erdogan consolida seu reinado –

Em 10 de agosto de 2014, Erdogan é eleito chefe de Estado no primeiro turno das presidenciais, que, pela primeira vez, são realizadas por voto universal direto.

Nas legislativas de 7 de junho de 2015, o AKP fica no topo, mas sem maioria absoluta no Parlamento (pela primeira vez).

O presidente Erdogan convoca novas eleições em 1º de novembro, que o AKP vence de forma maciça.

– Guerrilha curda –

Em julho de 2015, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e o Exército rompem um frágil cessar-fogo e retomam os confrontos – mais de 40.000 mortos desde 1984.

O país será cenário de vários atentados mortais, atribuídos ou reivindicados pela guerrilha curda ou pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

– Acordo migratório –

No fim de 2015, ocorre uma aproximação entre Ancara e a União Europeia devido ao intenso fluxo de refugiados que fogem da Síria, pois a Turquia ocupa uma posição geográfica chave.

Em março de 2016, Ancara e a UE fecham um acordo para reduzir consideravelmente as chegadas de migrantes à Europa.

– Golpe de Estado falido e expurgos –

Na noite de 15 de julho de 2016, um grupo do Exército realiza uma tentativa de golpe que deixa 250 mortos e causa transtorno na situação política da Turquia. Ancara acusa o clérigo Fethullah Gülen, que vive nos Estados Unidos, de ter estimulado o golpe, algo que ele nega.

São ordenados expurgos de um alcance inédito contra os simpatizantes de Gülen, contra o movimento pró-curdo e os meios de comunicação. Mais de 140 mil pessoas foram demitidas ou suspensas, e mais de 70 mil foram detidas.

Desde o golpe de Estado falido, a Turquia e os países europeus, com Alemanha no topo, mantêm relações tensas.

– Aproximação com Moscou –

Em 9 de agosto de 2016, Erdogan se reconcilia com seu homólogo russo, Vladimir Putin, após a crise que seguiu à destruição de um avião russo pela Turquia na fronteira síria no final de 2015.

Duas semanas depois, a Turquia inicia uma ofensiva em terra no norte da Síria contra o grupo EI, mas também contra as Unidades de Proteção Popular (YPG). Ancara considera esta milícia curda, aliada de Washington na luta contra os extremistas, uma extensão do PKK.

Turquia e Rússia se envolverão, junto com Irã, na busca de uma trégua para a Síria, embora Ancara apoie a oposição de Bashar al-Assad.

– Vitória apertada de Erdogan –

Em 16 de abril de 2017, Erdogan vence por uma margem estreita um referendo sobre uma reforma constitucional para reforçar consideravelmente os seus poderes. A oposição contesta o resultado, denunciando “manipulações” durante a votação.

– Exército turco em Afrin –

Em 20 de janeiro de 2018, a Turquia lança uma ofensiva terrestre e aérea contra as YPG na região síria de Afrin.

Em 18 de março, o Exército turco e os rebeldes sírios tomam o controle da cidade após expulsar a milícia curda.