A seguir, as principais datas do movimento separatista na Catalunha, protagonizado por doze dirigentes que serão levados a julgamento por seu papel na tentativa de secessão em 2017.

– Mais autonomia, mas limitada –

– 18 de junho de 2006: os catalães adotam um novo estatuto, negociado com o governo socialista e aprovado pelo Congresso, o que aumenta sua autonomia legal e fiscal e descreve a Catalunha como uma “nação”.

– 28 de junho de 2010: o Tribunal Constitucional anula parte do novo estatuto catalão. Conclui que a definição de “nação” não tem “valor legal”. No mês seguinte, centenas de milhares de manifestantes em Barcelona gritam “Somos uma nação, nós decidimos”.

– Auge do separatismo –

– 11 de setembro de 2012: mais de um milhão de pessoas se manisfestam em Barcelona em favor da independência por ocasião do Dia Nacional da Catalunha. É a primeira das grandes manifestações organizadas nos anos subsequentes nessa data.

– 20 de setembro de 2012: Madri se recusa a negociar com o presidente catalão Artur Mas mais autonomia fiscal para a Catalunha à exemplo do País Basco e Navarra que gerenciam seus impostos. Artur Mas mais tarde ganha uma antecipada eleição regional prometendo um referendo de autodeterminação.

– 9 de novembro de 2014: A Catalunha organiza uma consulta simbólica sobre a autodeterminação, declarada inconstitucional. A taxa de participação é de cerca de 35% e quase 80% dos eleitores (1,8 milhão) estão comprometidos com a independência.

– 27 de setembro de 2015: os partidos da independência obtêm a maioria absoluta no Parlamento regional pela primeira vez após obter 47,8% dos votos nas eleições.

– 9 de novembro de 2015: o novo Parlamento adota uma resolução que lança um processo para a criação de um “Estado catalão independente” no mais tardar em 2017 e proclama que não reconhecerá as decisões do “ilegítimo” Tribunal Constitucional espanhol.

– Tentativa de secessão e intervenção –

– 6 de setembro de 2017: os deputados pró-independência votam uma lei para organizar um referendo sobre a autodeterminação em 1º de outubro, apesar dos protestos da oposição que os censura por violar a Constituição espanhola e o Estatuto da Catalunha.

– 1o. de outubro de 2017: as agências de aplicação da lei enviadas por Madri intervêm para requisitar as urnas no referendo banido pelos tribunais. As imagens da violência policial circulam pelo mundo. O governo da independência anuncia a vitória do “sim” com 90% dos votos e uma participação de 43%, embora os dados não sejam verificáveis.

– 3 de outubro de 2017: o rei Filipe VI pede a restauração da ordem constitucional no final de uma greve geral na Catalunha, com numerosas manifestações contra a violência policial.

– 27 de outubro de 2017: os deputados pró-independência votam uma declaração unilateral de independência no Parlamento regional. Madri suspende autonomia regional, demite o governo liderado por Carles Puigdemont, dissolve o Parlamento e convoca novas eleições.

– 21 de dezembro de 2017: os partidos independentistas, com candidatos presos ou exilados como Puigdemont, novamente ganham a maioria absoluta com 70 deputados dos 135.

– 2 de junho de 2018: um novo governo catalão, liderado pelo separatista Quim Torra, toma posse e a Catalunha recupera sua autonomia. No mesmo dia, o socialista Pedro Sánchez assume a presidência do governo espanhol prometendo o diálogo com a região.

– 9 de julho de 2018: Pedro Sánchez se encontra com Torra em Madri, iniciando um período de contatos frequentes entre os dois executivos. Mesmo assim, as distâncias são enormes: Sanchez rejeita o referendo exigido pelos independentistas e se limita a propor um novo Estatuto para a região.

– 9 de outubro de 2018: Os separatistas perdem a maioria no Parlamento catalão depois que Puigdemont e seus seguidores se recusam a substituir quatro deputados suspensos pelos tribunais por seu envolvimento na tentativa de secessão.