Uma grande variedade de forças iraquianas e internacionais estão envolvidas na ofensiva para recuperar o controle da cidade de Mossul, reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque desde 2014.

O leste da cidade foi reconquistado após quatro meses de ofensiva, e neste domingo o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, anunciou o início da batalha pela parte oeste.

Estas são as principais forças que combatem os extremistas na cidade e em seus arredores:

Comandos antiterroristas (CTS)

O Comando Antiterrorista Iraquiano (CTS), força de elite de reputação sólida, esteve na linha de frente na maioria das batalhas contra o EI. Convocado constantemente a contribuir no esforço de guerra, pagou um bom tributo com muitas baixas. Foi um dos mais presentes na batalha pelo leste e agora participará na reconquista do oeste.

Forças de intervenção rápida

As forças de intervenção rápida, tropas de elite do ministério do Interior, se inspiram nas forças especiais americanas e dispõem de armamento moderno. Avançam a Mossul a partir do sul e são um elemento chave da nova operação anunciada neste domingo e centrada no aeroporto da cidade.

Exército iraquiano

Fortalecido pela formação recebida por parte de assessores americanos, o exército iraquiano virou a página das derrotas de 2014 para os extremistas. Agora desempenha um papel importante e está presente nos quatro fronts da operação para reconquistar Mossul. No leste libertado da cidade permaneceu como força de apoio.

Polícia iraquiana

Reúne forças especiais, polícia federal paramilitar e agentes locais. Muitos destes efetivos tiveram praticamente um papel de combatentes na guerra anti-extremista. Em Mossul estão mobilizados no front sul e também participarão desta nova fase de operações.

Peshmergas curdos

As forças de segurança da região autônoma do Curdistão iraquiano (norte) devem prestar contas teoricamente a Bagdá, mas na prática realizam livremente suas operações contra os extremistas no norte do país.

Para a batalha de Mossul estão mobilizadas ao norte e a leste da cidade, mas sua participação acabou e não se espera que entrem na cidade.

Hashd al-Shaabi (Unidades de Mobilização Popular)

Esta organização criada em 2014 reúne várias dezenas de milícias, em sua maioria xiitas, que respondem oficialmente ao primeiro-ministro iraquiano. Considera-se frequentemente que os grupos mais poderosos, como Ketaeb Hezbollah (Brigadas do Partido de Deus), Asaib Ahl al Haq ou Badr, são apoiados pelo Irã.

Apoiaram operações nas margens de Mossul e em algumas áreas cristãs no sudeste da cidade.

Também recuperaram Tal Afar, a oeste de Mossul, e partes do deserto nos arredores, bloqueando rotas de abastecimento do EI entre Iraque e Síria. Mas também cometeram muitas atrocidades, como execuções sumárias ou sequestros.

Coalizão internacional

A coalizão internacional contra o Estado Islâmico, liderada pelos Estados Unidos, ataca desde 2014 o grupo no Iraque e na Síria. Fornece treinamento, armas e equipamentos às forças locais. Milhares de homens da coalizão estão mobilizados no Iraque, sobretudo em missões de formação.

Nos últimos meses alguns países mobilizaram forças especiais em terra e outros forças de artilharia.

Conselheiros iranianos

O Irã fornece assessoria e assistência na luta contra o EI, sobretudo apoio financeiro a milícias em terra. O general Qasem Soleimani, um dos responsáveis de alto escalão dos Guardiões da Revolução, exército de elite do Irã, foi fotografado em diversas ocasiões no país vizinho durante a guerra.

Forças turcas

Centenas de soldados turcos estão mobilizados em uma base militar de Bachiqa, perto de Mossul, de onde lançaram ataques de artilharia contra o grupo extremista. Também estão presentes no Curdistão iraquiano.

O papel militar da Turquia provoca tensões entre Ancara e Bagdá, que se nega a permitir que as tropas turcas participem da ofensiva.