A pandemia da covid-19 afetou diversos setores da economia, mas o turismo tem enfrentado um dos piores cenários com o fechamento de fronteiras e cancelamento de diversos voos. O World Travel and Tourism Council (WTTC), conselho global que representa o setor, e a consultoria Oliver Wyman elaboraram um relatório com as perspectivas para a retomada deste segmento.

O documento destaca quatro tendências para as empresas desenvolverem nos próximos anos. Para a presidente e CEO do WTTC, Gloria Guevara Manzo, essas linhas de atuação podem dar uma direção de como o setor deve se estruturar para a sua recuperação de maneira global. Ela ressaltou ainda que o momento deve servir de aprendizado para as empresas que devem pensar em como reduzir o impacto econômico e humano.

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A entidade projeta que mais de 90% da população global se adaptou à vida sob restrições de viagens e algumas pessoas permanecem com medo de viajar por conta do coronavírus. A pesquisa revela que 121 milhões de empregos em viagens e turismo no mundo podem ser perdidos por conta da pandemia. Isso representa cerca de US$ 3,4 trilhões do PIB global. A cifra pode chegar a 197 milhões de empregos até o final do ano.

Conheça essas tendências a seguir.

Evolução da demanda

As preferências e comportamentos dos viajantes mudaram em direção ao familiar, previsível e confiável. Segundo o relatório, férias nacionais e regionais e o ar livre serão os principais destinos no curto prazo.

“Será vital, no entanto, garantir o estímulo da importantíssima recuperação das viagens internacionais. O setor de viagens e turismo tem uma oportunidade única de repensar os modelos de negócios predominantes”, diz o texto.

Saúde e higiene

Para o WTTC, as experiências pessoais, conselhos de especialistas e preocupações com o distanciamento irão orientar o comportamento do consumidor no curto a médio prazo. A entidade afirma que as empresas terão que garantir a implementação desses protocolos o mais rápido possível.

“Nesse contexto, confiança, comunicação abrangente e o fluxo de informações precisas, entre viajantes e funcionários, empresas e fornecedores, será um dos principais motores da recuperação do setor”.

Inovação e digitalização

A pandemia tem sido um catalisador para a digitalização de diversos processos. De acordo com a WTTC, os consumidores estão esperando tecnologias sem contato, incluindo biometria, como um pré-requisito básico para uma experiência de viagem segura.

“Embora a digitalização ofereça oportunidades tremendas, são necessárias precauções para garantir que os funcionários e as comunidades locais não são deixadas para trás”, alerta. 

Sustentabilidade

As pessoas estão mais preocupadas com a sustentabilidade social, ambiental e institucional. De acordo com o relatório, as empresas serão, cada vez mais, cobradas por seu histórico ambiental e apoio à diversidade e inclusão.

“Dada a alta participação de mulheres, minorias e jovens em comparação com outros setores, o turismo tem um diferencial para envolver grupos vulneráveis. É a hora de o setor acelerar as mudanças significativas que farão uma diferença duradoura”, completa.