Em um momento de incertezas políticas e econômicas e a crise por conta da pandemia, muitas pessoas resolveram empreender. É o que aponta um levantamento feito pelo Sebrae, que mostra que mais de 1 milhão de micro e pequenas empresas foram abertas no Brasil entre janeiro e abril deste ano.

A estimativa é que três em cada 10 microempreendedores individuais (MEIs) fecham as portas em até cinco anos de atividade no Brasil. A taxa de mortalidade desses negócios é de 29%. As microempresas possuem uma taxa de 21,6% e as de pequeno porte, 17%.

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Entre alguns aspectos apontados como fatores que contribuem para a sobrevivência e mortalidade das empresas estão: experiência no ramo, planejamento do negócio, gestão do negócio e capacitação dos donos em gestão empresarial.

A gestão financeira é também uma das grandes dificuldades apontadas por empreendedores e empresários, pois quanto menor o porte da empresa, mais difícil de conseguir crédito para manter o capital de giro e enfrentar os desafios.

A partir desses dados, Bruno Grahl, CEO da Débito Direto, fintech de gestão financeira, recomenda algumas dicas.

1- Capacitação e inovação: a pandemia oportunizou ainda mais acesso a conteúdos digitais para aprendizagem. Por isso, ficou mais fácil e acessível aprender novas habilidades e aprofundar outros conhecimentos técnicos necessários ao se pensar em abrir e planejar um negócio e também para aprimorar a gestão, vislumbrando novas possibilidades para você aplicar no seu negócio. Aproveite, existem muitas opções disponíveis gratuitamente com conteúdo rico para ajudar a ser mais criativo e inovar no seu empreendimento.

2- Acompanhe o fluxo de caixa: é fundamental ficar atento a todas as movimentações do seu fluxo de caixa. Avalie tudo o que entra e tudo aquilo que sai. Quanto mais automatizados forem esses dados, melhor. Assim você economiza tempo e garante que aquelas informações estejam corretas. Desenvolver gráficos também ajuda a visualizar e ter o maior controle da situação, pois em apenas alguns segundos é possível identificar qual é a situação atual do seu empreendimento. Além disso, verifique se todos os gastos são realmente necessários e se estão valendo a pena, ou se é necessário recuar e desenvolver novas estratégias. Sempre é possível economizar, principalmente quando uma avaliação minuciosa de gastos desnecessários nunca tenha sido feita.

3- Tenha ajuda de contadores: determinados gastos são, na verdade, investimentos. Um deles é a contratação de um contador. Sair do vermelho e manter-se longe dessa zona é muito mais fácil quando a empresa, mesmo que pequena, conta com a ajuda destes profissionais. Estando os pequenos e jovens empresários extremamente sobrecarregados, contar com ajuda de profissionais especializados é muito importante para dar foco a outros pontos do negócio.

4- Utilize a tecnologia a seu favor: hoje existe uma infinidade de ferramentas para trazer vantagens ao dia a dia. Plataformas ajudam a economizar tempo e dinheiro de empreendedores e empresários, a partir da centralização, organização e pagamento de contas para empresas.

5- Renegocie suas dívidas: o fluxo de vendas está realmente baixo e isso dá um baque na receita, fazendo com que as dívidas cheguem. É importante encará-las de frente, mas, claro, tentar encontrar a melhor maneira de quitá-las. Sendo assim, tente renegociar as suas dívidas, pois é possível encontrar condições bem interessantes.

6- Não misture dívidas pessoais e empresariais: separe os gastos, bem como a forma de pagamento e controle de dívidas. Misturar essas duas receitas é um dos maiores erros do pequeno empreendedor e empresário. “Outra dica sobre tudo isso é: mantenha a calma, o momento está realmente difícil para todos. O movimento está baixo e as dívidas batendo à porta, para solucionar tudo isso busque ter uma visão detalhada do seu negócio”, pondera Bruno.